DICIONÁRIO DE FILMES - GEORGES SADOUL
Sadoul foi com Bazin, a dupla de mais influentes críticos do cinema francês nos anos 40-50. Era um tempo em que cinema era uma coisa muito séria, em que se acreditava que filmes podiam mudar o mundo. Ler este livro, um grosso volume da editora L e PM, 1993, dá uma estranha sensação de tempo passado. Isso porque Sadoul era comunista, um tipo de esquerdista dogmático e radical que hoje não existe mais nem mesmo na Coreia do Norte. Desse modo, dentre os 1500 filmes analisados, metade são da URSS. Mais que isso, há uma imensa quantidade de filmes do terceiro mundo. Senegal, Tunisia, India, Egito...e ainda dezenas de filmes dos paises então comunistas. O cinema americano aparece e seus filmes são elogiados, mas enquanto as críticas aos filmes russos ocupam 40 ou 50 linhas, o cinema americanos leva 5 ou 6 linhas. ----------------- Buster Keaton é muito elogiado, mas causa estranheza ver frases como : " o filme mostra o modo dos americanos serem vorazes", ou então, " o heroi tem a ansiedade americana"...Para Sadoul, americanos são uma raça à parte, um povo marcado pelo capitalismo delirante. ------------------ O modo intelectual de escrever é tão diferente do que se faz hoje que transcrevo algo sobre um western de Anthony Mann..." Mann reinventa o western com o crayon de Matisse e o traço de Piero Della Francesca. O rosto de Gary Cooper faz parte do reino mineral. " --------- Sobre Rain, o filme de Jori Ivens...." cada gota de chuva é um sorriso nesse poema sobre a chuva numa Amsterdan que se faz diálogo entre o racional e o dialético diáfano. " ---------------- É divertido.