CRÔNICA DA ESTAÇÃO DAS CHUVAS - NAGAI KAFU

Escrito em 1931, este romance acompanha a vida de uma prostituta em Ginza, Tokyo. Jovem, bonita, ela trabalha como garçonete, faz programas e desde cedo desejou ser gueixa. Para um ocidental, o modo como o Japão vê a prostituição sempre causa estranheza, são sutis diferenças entre ser uma prostituta, uma gueixa ou uma moça que faz programa. -------------------- É o segundo livro de Kafu que leio, e se o primeiro, HISTÓRIA DA OUTRA MARGEM, me agradou, este sofre do estilo monótono que tantas vezes aparece na prosa japonesa. Kafu descreve o dia a dia da personagem, suas ações. Atente, o livro é bem curto, apenas 130 páginas, as descrições não são longas e nem minuciosas, mas são APENAS DESCRIÇÕES. Desprovidas de interesse, as ações parecem banais e as explicações futeis. Não é questão do autor desejar exibir a futilidade da vida da personagem, é uma questão de estilo, um estilo sem profundidade. Tudo fica parecendo estranhamente INFANTIL. -------------- Não conheço a língua do Japão, então não sei se a linguagem de lá tem essa caracterísitca concisa, ou se ela é intraduzível ( leio uma edição muito bem cuidada ). Mas o que sinto, já logo na página 50, é o vazio de ler tal história. A personagem parece artificial. Os demais tipos são simples bonecos de papel. Não há vida alguma aqui. O tédio toma o leitor. ---------------- Eu sou fã de Kawabata, autor que jamais me deu essa sensação. Mas aqui, como em Murakami, o que leio é uma história que parece feita para leitores de 14 anos. E escrita por alguém que não saberia escrever para adultos.