Não há como provar a vida, no que ela tem de melhor, sem a simplicidade. Para viver bem, é preciso aceitar, sem nenhum obstáculo, aquilo que ela é: Movimento incessante. Sendo movimento, ela é completamente imprevisível. Sendo imprevisível, ela requer criação constante. E para criar, para poder dançar o fluxo da realidade, é preciso simplificar.
Estou desenvolvendo a base do pensamento de Bergson. Voce pode ler mais detalhes no meu post abaixo. Mas antes desse post há um clip de uma canção de Paul MacCartney. Ela exemplifica esse fluxo e essa simplicidade de um modo magnífico.
Observe como a canção começa em silêncio. Toda canção começa em silêncio, mas só as melhores destacam isso. Nesse silêncio, que harmonizará toda a música, nascem os acordes de um lembrete: A campainha toca. Há alguém lá fora. Querendo entrar. Paul poderia ter usado 3 batidas na porta. Ou uma voz chamando. Mas ele sempre entendeu de silêncio. John era barulhento, ele não. Então são alguns toques de delicadeza. Onde o silêncio é mais importante que o som.
Então vem o piano.
Nunca se fez tanto com quase nada. E é isso a criação. O piano repete um acorde. Invariável. O mesmo, sempre o mesmo. Voce sente que lá está o tempo. Mas atenção! Sem saber racionalmente, por pura intuição, Paul exemplifica Bergson. O piano marca o tempo, aparenta ser o mesmo acorde, sempre o mesmo, que passa e se repete, que é circular, mas não! Sua sensibilidade sabe que não. QUE TODO TEMPO NUNCA SE REPETE. QUE NÃO HÁ CÍRCULO, QUE HÁ UM PASSAR INCESSANTE.
O acorde que parece se repetir nunca se repete. Porque voce que o escuta já o escutou uma primeira vez. A segunda. A terceira...Então a primeira vez já é passado, e portanto é irrecuperável.
Paul fala do encanto da rotina e da simplicidade. Na verdade em 90% de suas obras é disso que ele fala. Dentro do mundo do rock, e ao contrário do que muitos achavam, Paul MacCartney aos 23 anos já era um adulto. Em 1966 ele já sabia tudo. E sua meta era a simplicidade. Em estilo de vida. E em som. Enquanto todos falavam, como adolescentes frustrados, em projetos utópicos ou espaciais, Paul cantava uma cadela chamada Martha ou a felicidade da Mãe Natureza. Era como se ele estivesse em outro futuro. Ele intuía que toda aquela balbúrdia era apenas isso : Ausência de silêncio.
Como Tom Jobim fazia, Paul coloca o mínimo no que faz. O acorde que se repete é adornado com metais, uma bateria, um contra baixo, vocais de fundo. Mas jamais com exibicionismo. Esses instrumentos obedecem o piano. Eles estão acomodados dentro do acorde que se repete. Há uma tensão. Pois todo movimento é tenso. E ela parece jamais se resolver. Fica sem resposta, fica no silêncio. Ou não.
A leveza do todo e sua fluidez fica explícita no acorde final. São duas notas apenas, e ela respondem à tudo que houve antes. O Tio Jim de que fala a letra está na poltrona e todos os outros estão vagando pela casa. Ele os deixou entrar. Ele aceitou o tempo. Ele entendeu o acorde que é sempre o mesmo mas que nunca se repete.
Por intuição Paul diz tudo sobre Bergson.
Estou desenvolvendo a base do pensamento de Bergson. Voce pode ler mais detalhes no meu post abaixo. Mas antes desse post há um clip de uma canção de Paul MacCartney. Ela exemplifica esse fluxo e essa simplicidade de um modo magnífico.
Observe como a canção começa em silêncio. Toda canção começa em silêncio, mas só as melhores destacam isso. Nesse silêncio, que harmonizará toda a música, nascem os acordes de um lembrete: A campainha toca. Há alguém lá fora. Querendo entrar. Paul poderia ter usado 3 batidas na porta. Ou uma voz chamando. Mas ele sempre entendeu de silêncio. John era barulhento, ele não. Então são alguns toques de delicadeza. Onde o silêncio é mais importante que o som.
Então vem o piano.
Nunca se fez tanto com quase nada. E é isso a criação. O piano repete um acorde. Invariável. O mesmo, sempre o mesmo. Voce sente que lá está o tempo. Mas atenção! Sem saber racionalmente, por pura intuição, Paul exemplifica Bergson. O piano marca o tempo, aparenta ser o mesmo acorde, sempre o mesmo, que passa e se repete, que é circular, mas não! Sua sensibilidade sabe que não. QUE TODO TEMPO NUNCA SE REPETE. QUE NÃO HÁ CÍRCULO, QUE HÁ UM PASSAR INCESSANTE.
O acorde que parece se repetir nunca se repete. Porque voce que o escuta já o escutou uma primeira vez. A segunda. A terceira...Então a primeira vez já é passado, e portanto é irrecuperável.
Paul fala do encanto da rotina e da simplicidade. Na verdade em 90% de suas obras é disso que ele fala. Dentro do mundo do rock, e ao contrário do que muitos achavam, Paul MacCartney aos 23 anos já era um adulto. Em 1966 ele já sabia tudo. E sua meta era a simplicidade. Em estilo de vida. E em som. Enquanto todos falavam, como adolescentes frustrados, em projetos utópicos ou espaciais, Paul cantava uma cadela chamada Martha ou a felicidade da Mãe Natureza. Era como se ele estivesse em outro futuro. Ele intuía que toda aquela balbúrdia era apenas isso : Ausência de silêncio.
Como Tom Jobim fazia, Paul coloca o mínimo no que faz. O acorde que se repete é adornado com metais, uma bateria, um contra baixo, vocais de fundo. Mas jamais com exibicionismo. Esses instrumentos obedecem o piano. Eles estão acomodados dentro do acorde que se repete. Há uma tensão. Pois todo movimento é tenso. E ela parece jamais se resolver. Fica sem resposta, fica no silêncio. Ou não.
A leveza do todo e sua fluidez fica explícita no acorde final. São duas notas apenas, e ela respondem à tudo que houve antes. O Tio Jim de que fala a letra está na poltrona e todos os outros estão vagando pela casa. Ele os deixou entrar. Ele aceitou o tempo. Ele entendeu o acorde que é sempre o mesmo mas que nunca se repete.
Por intuição Paul diz tudo sobre Bergson.