PEIXOTO. JOSÉ LUIS PEIXOTO.

O texto abaixo é meu texto fertilizado pelo texto de Peixoto.
Li um livro dele e não gostei. Era prosa. Aqui é poesia. Em poesia ele é outro, melhor.
Há nações de prosa e há nações poesia.
Portugal é poesia. Assim como a Polônia. A Irlanda. Ou Itália.
E tem lugares da prosa. Apesar de tudo. Apesar de tanta poesia que lá também há.
Porque não existe país sem poesia. Porque não existe homem sem poemas.
Neste livro ele o divide em dois: Primeiro a infância. Depois ele e uma mulher. Ou "as mulheres".
Português - melancolia.
Pouco se me importa se essa melancolia é moda ou é verdade. Ela existe. Portugal é melancólico. Talvez por viver num beco à beira mar quase caindo mundo abaixo.
Talvez por ser uma tribo celta encurralada entre pedras.
Talvez por ser desconfiança seu deus.
Não importa. Ela existe.
Peixoto fala dos cinco familiares que se foram. Fala de saudades  e de vencer a saudade. Fala sempre do tempo. O tempo que passa e não deveria, que não passa e se demora. Fala de sono e de sexo. Ciúmes. Sangue e sonho. E de Portugal.
Não existem coincidências.
Leio na hora certa.
Leio quando necessitei ler.
Ele veio às minhas mãos.
Eu fui à ele.
( nossa vida não é nossa ).