GAME OF THRONES - HBO.

  Esperei bastante tempo e agora assisto o box da série. Era óbvio que um dia eu iria topar com esta produção. George R.R. Martin escreveu um sub sub sub Tolkien. No lugar das mensagens religiosas temos sexo e sangue. É uma mixórdia de idade média sem misticismo algum. As mulheres são atrizes de filme pornô soft e se comportam como tal. Os atores são xerox de uma xerox de algum filme juvenil dos anos 70. O anão, bela criação de Peter Dinklage, é a única coisa a se salvar. Tem vida, tem humor, é tão crível que parece ser parte de outra série. O sucesso se deve ao sangue. Todos parecem músicos de alguma banda de hard heavy speed core. Quando um deles vai comer uma rena, se mostra o bicho sendo estripado e esfolado. Legal né!!!
  Tem sexo, tem espada, tem sangue. Não tem magia. Mas então, se é tão ruim, porque assisto dois boxes seguidos...
  Por dois motivos. Primeiro porque ele tem algo que nos prende de uma forma básica, visceral: o mal. Os vilões são odiáveis e assistimos para ver a vingança do bem sobre eles. A injustiça é exagerada, despudoradamente exagerada. Impulsivamente queremos seu fim, sua destruição. Noveleiros da Globo deveriam aprender aqui a criar emoção. E o segundo motivo é que com a grande melhora da tecnologia da tela de TV, houve uma melhora, natural, na imagem de coisas feitas para a TV. Até 1995, fazer TV era escrever bons diálogos. A partir de então, a fotografia para a TV começou a se tornar cuidadosa, porque os aparelhos podiam reproduzir uma boa imagem. Esta série tem cenários bons, imagens boas, e isso nos embala.
  Dizem ser a coisa de maior sucesso nos últimos 5 anos. E 5 anos em TV equivale a uns 20 anos em cinema. É uma porcaria sem sentido nenhum. E ao mesmo tempo nos fisga e nos faz assistir. Isso é TV.