500 MILHAS de James Goldstone com Paul Newman, Joanne Woodward e Richard Thomas
Adoro filmes de automobilismo e adoro Paul Newman, mas este filme, cheio de modernices na edição esperta e na trilha sonora pop, é uma chatura! Muito romance entre o casal central e pouca corrida. Jamais desperta o interesse. Nota 3.
THE GREAT WALDO PEPPER de George Roy Hill com Robert Redford, Susan Sarandon e Margot Kidder
Logo após os Oscars e os dólares de Golpe de Mestre, Roy Hill e Redford voltam com este delicioso filme sobre um piloto da primeira guerra mundial que vive entre feiras do interior dos EUA se exibindo em troca de dinheiro. Redford, um Brad Pitt mais humano, exibe seu sorriso mais simpático e faz um sonhador que luta para viver como quer. O filme, comédia que acaba por se fazer amargura, é belíssimo. A fotografia é de Robert Surtees, um mestre em campos e céus sem fim. Há uma cena tristíssima com a jovem Sarandon e o fim do filme é corajoso, aberto, sem conclusão. Veja que é uma bela surpresa. Entre 1967/ 1977 Roy Hill e Redford não erraram. Nota 9.
A BATALHA DO RIO DA PRATA de Michael Powell
Entre os 16 filmes de Powell que tive o prazer de ver, é este o único que não gostei. Fala do bloqueio feito pelos nazistas aos navios mercantes britânicos. O tom é patriótico demais! Nota 4.
THUNDERBALL de Terence Young com Sean Connery, Claudine Longet e Luciana Paluzzi
Este, que é o quarto filme de Bond, é de todos os estrelados por Connery o menos bom. Por um motivo simples, o vilão é o mais fraco. As Bond Girls são das melhores, Luciana Paluzzi era hiper sexy e Longet fez algum sucesso na época, mas há um excesso de cenas sub-marinas e muito pouco humor. Mesmo assim, comparado aos filmes que viriam depois, é um bom filme. Nota 6.
RATOS DO DESERTO de Robert Wise com Richard Burton, Robert Newton e James Mason
A história da resistência dos ingleses e australianos aos Afrikan Korps de Rommell. O filme é duro, forte, cruel e muito objetivo. E é muito, muito bom. Wise foi um diretor maravilhoso! Fez de tudo, desde A Noviça Rebelde até Star Trek. Sempre com fibra, sabendo como fazer e onde chegar. Feito em P/B, com o contraste entre areia cinza e céu carregado, explosões e rostos sujos, este é um dos mais bem realizados filmes de guerra que já vi. Nota 8.
O HOMEM COM A PISTOLA DE OURO de Guy Hamilton com Roger Moore, Christopher Lee e Britt Ekland
Roger Moore tinha um sério problema, ele era frio demais, elegante demais, distante demais. Por isso, ele jamais convenceu 100% como Bond. Um cara como ele não mataria, mandaria matar. Sean Connery parecia um grosseirão assassino que aprendeu a ser fino e culto, por isso ele nos convencia sempre. Moore não, parecia culto e playboy, nunca um matador. Devo dizer que este filme, aquele do anão e da ilha na China, é ridículo. Bond cai na armadilha dos anos 70, se torna carnavalesco e auto-gozador. Britt Ekland, futura senhora Rod Stewart, foi uma suéca muito perigosa que destruiu todos seus ex-maridos ( Peter Sellers foi o primeiro ). Linda. No fim da coisa tem uma luta num quarto entre Bond e o anão ( Mr.Tattoo ), que é o ponto mais baixo de toda a saga James Bond. Nota 2.
O CÃO DOS BASKERVILLE de Terence Fisher com Peter Cushing, Andre Morell e Christopher Lee
Sherlock Holmes é feito de ótimos diálogos e clima londrino. Isso faz de sua leiura um prazer, mas é uma armadilha para o cinema. Tudo fica falado demais, lento, meio xoxo. De qualquer modo ele melhora no fim. O elenco é ótimo, Cushing e Lee eram a alma da Hammer, da renascença do horror clássico. Nota 4.
CADILLAC RECORDS de Darnell Martin com Adrien Brody, Jeffrey Wright, Beyoncé, Mos Def
Para aqueles que não gostam de rock ou de blues é uma perda de tempo. O filme fala da história real da gravadora Chess, desde 1941 até seu fim, com a morte de seu fundador Leonard Chess em 1966. O elenco está divino. Brody emociona e Jeffrey está impressionante, ele se torna Muddy Waters. Assim como Mos Def faz um Chuck Berry irresistível. Beyoncé produziu o filme e se deu o papel de Etta James. Ela é ótima, mas há um pouco de Etta James demais. Colorido, com as músicas icônicas que mudaram o mundo, é divertido, mas muito abaixo de seu tema. Nota 5.
A PARTE DOS ANJOS de Ken Loach
Eu odeio aquilo que Irlanda e Escócia são hoje. Odeio aquilo que a Inglaterra é agora. Por isso me é repugnante ver esse bom filme. Esse sotaque grotesco me dá saudades da Louisiana e do Kentucky. Que jeito de falar é esse? Parece suéco ou islandês, inglês nunca! Que bem a influência latina e negra fez a lingua! Viva o inglês da BBC, com suas inflexões latinas e o inglês americano, com seu caldeirão étnico. Mas esse inglês celta, saxão, sem nada de normando, dos rincões da ilha, esse não! Dito isso...Bravo Loach! Ele é um tipo de intelectual europeu que está a desaparecer. Esquerda que crê no homem, que tem amor ao povão. Arte que mostra o mal e que aponta saídas. Ken Loach ama gente, ama o povo pobre e sem voz. Ao contrário dos artistas mais jovens, que mostram esse povo como coisa acabada e sem chance de mudança, Loach acredita em evolução, em mudança, em vitória. O filme é bem bacana ( apesar de minha aversão ). E real, bem real. Nota 6.
Adoro filmes de automobilismo e adoro Paul Newman, mas este filme, cheio de modernices na edição esperta e na trilha sonora pop, é uma chatura! Muito romance entre o casal central e pouca corrida. Jamais desperta o interesse. Nota 3.
THE GREAT WALDO PEPPER de George Roy Hill com Robert Redford, Susan Sarandon e Margot Kidder
Logo após os Oscars e os dólares de Golpe de Mestre, Roy Hill e Redford voltam com este delicioso filme sobre um piloto da primeira guerra mundial que vive entre feiras do interior dos EUA se exibindo em troca de dinheiro. Redford, um Brad Pitt mais humano, exibe seu sorriso mais simpático e faz um sonhador que luta para viver como quer. O filme, comédia que acaba por se fazer amargura, é belíssimo. A fotografia é de Robert Surtees, um mestre em campos e céus sem fim. Há uma cena tristíssima com a jovem Sarandon e o fim do filme é corajoso, aberto, sem conclusão. Veja que é uma bela surpresa. Entre 1967/ 1977 Roy Hill e Redford não erraram. Nota 9.
A BATALHA DO RIO DA PRATA de Michael Powell
Entre os 16 filmes de Powell que tive o prazer de ver, é este o único que não gostei. Fala do bloqueio feito pelos nazistas aos navios mercantes britânicos. O tom é patriótico demais! Nota 4.
THUNDERBALL de Terence Young com Sean Connery, Claudine Longet e Luciana Paluzzi
Este, que é o quarto filme de Bond, é de todos os estrelados por Connery o menos bom. Por um motivo simples, o vilão é o mais fraco. As Bond Girls são das melhores, Luciana Paluzzi era hiper sexy e Longet fez algum sucesso na época, mas há um excesso de cenas sub-marinas e muito pouco humor. Mesmo assim, comparado aos filmes que viriam depois, é um bom filme. Nota 6.
RATOS DO DESERTO de Robert Wise com Richard Burton, Robert Newton e James Mason
A história da resistência dos ingleses e australianos aos Afrikan Korps de Rommell. O filme é duro, forte, cruel e muito objetivo. E é muito, muito bom. Wise foi um diretor maravilhoso! Fez de tudo, desde A Noviça Rebelde até Star Trek. Sempre com fibra, sabendo como fazer e onde chegar. Feito em P/B, com o contraste entre areia cinza e céu carregado, explosões e rostos sujos, este é um dos mais bem realizados filmes de guerra que já vi. Nota 8.
O HOMEM COM A PISTOLA DE OURO de Guy Hamilton com Roger Moore, Christopher Lee e Britt Ekland
Roger Moore tinha um sério problema, ele era frio demais, elegante demais, distante demais. Por isso, ele jamais convenceu 100% como Bond. Um cara como ele não mataria, mandaria matar. Sean Connery parecia um grosseirão assassino que aprendeu a ser fino e culto, por isso ele nos convencia sempre. Moore não, parecia culto e playboy, nunca um matador. Devo dizer que este filme, aquele do anão e da ilha na China, é ridículo. Bond cai na armadilha dos anos 70, se torna carnavalesco e auto-gozador. Britt Ekland, futura senhora Rod Stewart, foi uma suéca muito perigosa que destruiu todos seus ex-maridos ( Peter Sellers foi o primeiro ). Linda. No fim da coisa tem uma luta num quarto entre Bond e o anão ( Mr.Tattoo ), que é o ponto mais baixo de toda a saga James Bond. Nota 2.
O CÃO DOS BASKERVILLE de Terence Fisher com Peter Cushing, Andre Morell e Christopher Lee
Sherlock Holmes é feito de ótimos diálogos e clima londrino. Isso faz de sua leiura um prazer, mas é uma armadilha para o cinema. Tudo fica falado demais, lento, meio xoxo. De qualquer modo ele melhora no fim. O elenco é ótimo, Cushing e Lee eram a alma da Hammer, da renascença do horror clássico. Nota 4.
CADILLAC RECORDS de Darnell Martin com Adrien Brody, Jeffrey Wright, Beyoncé, Mos Def
Para aqueles que não gostam de rock ou de blues é uma perda de tempo. O filme fala da história real da gravadora Chess, desde 1941 até seu fim, com a morte de seu fundador Leonard Chess em 1966. O elenco está divino. Brody emociona e Jeffrey está impressionante, ele se torna Muddy Waters. Assim como Mos Def faz um Chuck Berry irresistível. Beyoncé produziu o filme e se deu o papel de Etta James. Ela é ótima, mas há um pouco de Etta James demais. Colorido, com as músicas icônicas que mudaram o mundo, é divertido, mas muito abaixo de seu tema. Nota 5.
A PARTE DOS ANJOS de Ken Loach
Eu odeio aquilo que Irlanda e Escócia são hoje. Odeio aquilo que a Inglaterra é agora. Por isso me é repugnante ver esse bom filme. Esse sotaque grotesco me dá saudades da Louisiana e do Kentucky. Que jeito de falar é esse? Parece suéco ou islandês, inglês nunca! Que bem a influência latina e negra fez a lingua! Viva o inglês da BBC, com suas inflexões latinas e o inglês americano, com seu caldeirão étnico. Mas esse inglês celta, saxão, sem nada de normando, dos rincões da ilha, esse não! Dito isso...Bravo Loach! Ele é um tipo de intelectual europeu que está a desaparecer. Esquerda que crê no homem, que tem amor ao povão. Arte que mostra o mal e que aponta saídas. Ken Loach ama gente, ama o povo pobre e sem voz. Ao contrário dos artistas mais jovens, que mostram esse povo como coisa acabada e sem chance de mudança, Loach acredita em evolução, em mudança, em vitória. O filme é bem bacana ( apesar de minha aversão ). E real, bem real. Nota 6.