MARIGOLD/ KLINE/ ERROL FLYNN/ WYLER/ JOE CARNAHAM/ MAGGIE SMITH/ CURTIZ

   O EXÓTICO HOTEL MARIGOLD de John Madden com Judi Dench, Bill Nighy, Maggie Smith e Tom Wilkinson
Fez algum sucesso no começo deste ano este filme que traz uma seleção de veteranos atores da Inglaterra. Todos são excelentes, mas o filme é um tédio! Madden se inscreve na lista dos piores diretores a um dia terem ganho o Oscar. Lembro de Delbert Mann, John G. Alvidsen, Anthony Minghela, Danny Boyle e provávelmente Bigelow entrará nessa lista. Um grupo de aposentados vai à India na esperança de se hospedar em belo hotel. O hotel é um lixo, eles se envolvem com a vida caótica do lugar e etc etc etc. Maggie Smith é eterna. Quando comecei a me interessar seriamente por cinema, lá por 1978, ela já era uma anciã!!!! Foi revelação no grupo de Olivier, em 1962.... Que ela ainda viva muito!!!! Nota 1.
   OS ACOMPANHANTES de Shari Springer Berman e Robert Pulcini com Kevin Kline, Paul Dano, Katie Holmes e John C. Reilly
Um jovem que é fascinado por Fitzgerald e os anos 20. Ele se hospeda com um excêntrico autor de teatro que trabalha como acompanhante de velhas ricas. O jovem não sabe se é gay ou hetero. Se veste de mulher. Well....é o mundo dos filmes alternativos made in Hollywood. Mas este até funciona. Não sei se ainda está em cartaz em SP, se estiver vale ver. Principalmente por Kevin Kline. Ele compõe um dos mais deliciosos personagens de sua rica e longa galeria. Kline não é muito do hype. Nunca foi doidão e sempre preferiu o teatro. Mas é o maior de sua geração ( aquela de Malkovich, William Hurt, Ed Harris, Dennis Quaid e Kevin Costner ). O modo como ele fala, se move e cria tiques e toques, e sempre mantendo o modo realista do personagem, nunca fazendo dele um cartoon, é fantástico. Veja e se divirta. Nota 6.
   FAUSTO de Alexander Sokurov
Eu jamais verei este filme de novo. Passada uma semana, do que me lembro? Nuvens, brumas, frases confusas, sujeira. Sokurov fez sua opção e a levou até o fim. Errou. Nota 2.
   CARAVANA DE OURO de Michael Curtiz com Erroll Flynn, Miriam Hopkins, Randolph Scott e Humphrey Bogart
Para curar a mente das bobeiras do "cinema de arte", nada como o cinema dos anos 30. O que define esse tipo de filme é sua falta de afetação. Observe este western. Um milhão de coisas acontecem em hora e meia. Lembro de aos 30 minutos pensar: "Caramba! Quanta coisa já aconteceu!" É um cinema de roteiro, de narrativa. Aqui estamos na guerra de secessão. Agentes do sul planejam levar ouro de estado do norte. Flynn é o nortista espião. Leva o filme com sua característica leveza. Ele é o paradigma daquilo que conhecemos como herói-bem humorado. Bogart faz um bandido de bigodinho. O filme foi feito antes de Casablanca e a Warner ainda não sabia do ator-ouro que tinha nas mãos. Há uma cena em carruagem onde Bogey assalta Flynn, Scott e Miriam. Eu juro que dá pra sentir o carisma de Bogey faiscar. Ele rouba a cena de Flynn, o que é muito dificil. O filme é uma delicia. Nota 8.
   A PERSEGUIÇÃO de Joe Carnaham com Liam Neeson
Tinha esperanças. Alguns criticos botaram nas nuvens esta pretensa aventura. Neeson e outros estão perdidos no Alasca após a queda de seu avião. Lobos os perseguem. Carnaham tem vergonha de fazer um filme de "mera aventura". Entope as cenas de "invenção". Um pé no saco! Nota ZERO
   INFÂMIA  de William Wyler com Merle Oberon, Miriam Hopkins e Joel McCrea
É um dos filmes que melhor exibe a maldade da infância. Duas amigas fundam uma escola feminina no campo. Uma das alunas inventa uma calunia sobre elas e as duas perdem tudo. O filme dá raiva. Odiamos a menina e seu sadismo. Wyler, tenho de dizer de novo?, é considerado o mais inteligente dos diretores da América. Ganhou 3 Oscars na carreira e é o recordista de indicações. Um mestre. Este filme é baseado em peça de Lillian Hellman. No palco a acusação era de lesbianismo, neste filme de 1936, se amenizou tudo e a acusação é de "triângulo amoroso". Nos anos 60 Wyler refez o filme, com menos censura, e o resultado foi ainda melhor. Mas mesmo assim este é um drama que consegue ainda despertar raiva, muita raiva. Nota 7.