SAUL BELLOW - RAVELSTEIN

É um Saul Bellow longe de seu melhor momento, este livro foi lançado em 1999. Curto para os padrões de Bellow, fala da amizade entre um escritor e um professor universitário famoso. Esse professor ficou muito rico ao lançar um livro com seus pensamentos. Gastador, chique, falador e fofoqueiro, o livro é um tipo de biografia não linear e incompleta desse personagem. ------------- Na vida real Bellow sofreu críticas por usar Allan Bloom, um famoso crítico literário, como modelo. Já li Allan Bloom ( não confunda com Harold Bloom ). É um autor divertido. O que digo é: E daí? Nada há no livro de Bellow que desabone Bloom. ---------------- Muito tempo atrás eu adorava esse tipo de romance. Todo passado dentro do mundinho de professores e autores, muito bem pagos. Mas ao estudar entre eles e me desiludir com seu saber, todo esse charme se foi. Eu via o universo acadêmico como a coisa mais desejável da Terra. Hoje os vejo como crianças masturbatórias. ------------ Ravelstein é então um romance que peca em aspecto central: Ravelstein não convence e o narrador, no momento em que a obra foca nele, é pateticamente desinteressante. Lemos as primeiras 50 páginas com gosto. São tantas citações de Platão, Sócrates, Tucídedes, Schiller, Goethe, são tantas compras na Hermés e Zegna, tantos hoteis chiques em Paris, é tanta descrição de vinho e comida que nos divertimos. Mas súbito percebemos que o livro não cria nada. É impotente. Bellow fracassa. Os personagens não nos importam. São chatos vivendo uma vida banal. Envernizada com bons livros e roupas caras, mas absurdamente banais. ---------------- Saul Bellow....pra que escrever um livro assim?