A ELEIÇÃO DE DONALD TRUMP MUDOU O MUNDO. LEIA E SAIBA

   Foi em 1989. A rede Globo de televisão, poderosa, dona das mentes de 85% do país, resolveu que Collor tinha de ser eleito. E foi. Claro que foi. Dois anos depois a mesma Globo resolveu que Collor estava errando demais. Ele tinha de cair. E caiu. O movimento das ruas, seja Diretas Já ou o Fora Collor começava antes da Globo se tocar, mas sabíamos que para que eles parecessem reais havia a necessidade da aceitação da emissora. Ela legitimava a rua. Brizola morreu com o desejo de acabar com esse poder, não conseguiu. A Globo enquadrou até mesmo Lula, mas sabia que pacificar Brizola era impossível.
  Foi na Inglaterra do século XVIII que o jornalismo começou a mostrar sua cara. País que primeiro alfabetizou o povo em massa, tabloides se beneficiaram disso. Já no século XIX, nos EUA, um jornal podia eleger governadores e acabar com a reputação de qualquer presidente. Jornalistas começaram a se ver como uma mistura de professor e filósofo, eram os auto declamados educadores do povo e defensores da democracia. O cinema dos anos 30, americano, tinha sempre um jornalista como figura heroica. Muitos dos jovens idealistas queriam trabalhar na imprensa, e a partir dos anos 50, na TV.
  Os anos 80, aqui no Brasil, foram o momento máximo da glamurização da profissão. Os jornais tinham tiragens imensas, revistas idem, e a TV nadava em berço de ouro. Mesmo em meio à uma inflação absurda. O país afundava, mas a imprensa tinha salva-vidas.
  Quando Donald Trump vence a eleição americana esse mundo racha. Surge uma real novidade. Um candidato pode vencer sem campanha baseada em algum veículo de imprensa. Trump vence com o apoio das redes sociais, do indivíduo baseado em casa. E esse choque, para o heroico jornalista, foi insuportável. Entre a "nobreza" das redações instalou-se o horror. "Mas como? Agora a opinião do José Verdureiro vale tanto quanto a minha?"
  Estranhamente a reação da imprensa foi copiar o que de pior há na internet. O jornalista começa a acusar, a blasfemar, a insultar descaradamente. NÃO HÁ PROVA MAIOR DA DECADÊNCIA DE UMA CLASSE QUE COPIAR SEU ADVERSÁRIO.
  No Brasil o mesmo fenômeno aconteceu. Mas no modo Brazilian way. Quem já viu Trump numa coletiva sabe como ele é articulado. Duro. Agressivo, porém articulado. Bolsonaro não sabe falar com diplomacia. É um Trump jeca. Mas o fenômeno que o elegeu é idêntico ao de lá. O poder do indivíduo contra a velha empáfia da imprensa.
  Os veículos não escondem seu preconceito. Tratam esse novo poder digital como fossem bandidos, ou pior, negam sua realidade. Inventam teses paranoicas. Acusam. Sabem que o tempo não voltará, que o tempo do jornal como templo da verdade se foi. Hoje um jornalista é militante quando razoável e mero fofoqueiro quando sem pudor. A luta da imprensa não é contra Trump ou Bolsonaro, é contra o José Verdureiro, o "analfabeto" que ousa falar de política.
  Democracia?