HISTÓRIAS DOS MARES DO SUL - W. SOMERSET MAUGHAM

   De 1930 até 1970, se voce falava o nome Maugham, 99% de pessoas leitoras sabiam quem era. Muitos filmes eram feitos baseados em seus livros, e a maioria tinha boa bilheteria. E ele escrevia muito, era um profissional da escrita. Romances, contos e peças, ele dominava todos os meios. Mas, por volta de 1970, ele começou a ser esquecido ( havia morrido durante os anos 60 ). Outro tipo de autor passou a ser mais vendido, autores que pegavam mais pesado em sexo e em violência.
 Maugham não é um estilista. Seu foco é o assunto. Ele escreve sobre personagens e sobre histórias, o que importa é o que é dito e não como é dito. Seu maior sucesso foi Servidão Humana, livro que detesto. O Fio da Navalha é um prazer, e em como todos os seus livros, contrabandeia filosofia oriental. Maugham, antes dos hippies, e de uma forma muito mais pop que Huxley, propagava ideias de fuga da civilização, vida alternativa, espiritualidade. Foi rei no tempo de Graham Greene, Agatha Christie, Pearl Buck, Waugh e Woodehouse. Todos autores brilhantes.
 Aqui são contos que têm em comum a ambientação nos mares do Pacífico Sul. Pessoas desgarradas, pessoas que encontram a felicidade, pessoas que sofrem com calor e doença, insetos e loucura. Ele descreve local, radiografa personagens e então parte a ação. São todos ótimos, mas um, chamado Macintosh beira o genial.
 Acho que Maugham está escondido em algum canto das livrarias. Procure. Esta minha edição é de 1957, tempo dos livros de capa dura sem desenho, sem nada. O título vinha apenas na lombada. Pois procure, certo que voce vai gostar.