Então você sabe desenhar e é um artista. Pois bem. Você pinta um quadro. Muito bem feito, exatamente daquele modo que todo mundo se impressiona. Um vaso de rosas vermelhas. OK.
O que fará dessa obra, arte? Será a escolha. A escolha do tema, a escolha da imagem, a escolha daquilo que será ressaltado. Nessas escolhas serão definidas as mensagens. OK.
Mas pintar pode ser algo morto. Talvez após Cézanne, Van Gogh, Matisse, Kandinski, não haja mais sentido em pintar. Talvez um homem realmente LIVRE não suporte mais repetir esse ato.
E principalmente desgoste das teses, teorias, interpretações, dos arcabouços literários que a pintura criou em cinco séculos de crítica. Talvez ele tenha HUMOR. Liberdade e humor: e veja a comédia que mora naquele circulo.
Mas atenção! Ele é livre mas não é anarquista. Ele tem humor, mas não é anarquista. Acima de tudo ele deseja nunca se comprometer. Na vida pessoal e na vida artística seu desejo é o de ser sempre livre para fazer o que quiser e quando quiser. Ele ama, mas nunca se apaixona. Ele tem relacionamentos, mas nunca mora junto. Ele cria, mas jamais segue uma escola. E não é solitário. Tem amigos, família, colegas, mas preserva sua solidão. Ele ouve. Ele olha. Ele pensa. Observa. E fica distante. Sua filosofia é ser distante. E exala charme.
( Baudelaire em 1863 disse que o DANDI é aquele que em meio a multidão anônima da cidade mantém sua aristocracia. É um aristocrata porque não se mistura. Ele flui pela massa sem se misturar. Observa e não se compromete. Cria sua individualidade. Que será única. )
Então esse homem pinta. E seus quadros, poucos, são fortes. O que ele quer é mostrar a fluidez da vida. Pintar o movimento e não a coisa. A tal da quarta dimensão. OK.
Um dia ele pega um banco e uma roda de bike. Une os dois e os deixa num canto.
Um dia ele pega um urinol numa loja. Vira esse urinol de cabeça para baixo. Assina R.Mutt. E o batiza de FONTE.
Isso é arte. Porque agora não interessa mais fazer um rabisco ou um desenho. O que importa é saber ESCOLHER. Dar um nome. Assinar. E assim fazer pensar. É arte?
O urinol é branco. E ao se chamar fonte ele remete a uma fonte de água. Mas sua forma lembra um Buda. Fonte espiritual. E uma forma feminina: fonte da vida. Não interessa o urinol. O que INTERESSA é ver algo de novo numa forma antiga. Ou, associar ao nome: Fonte, o objeto: Urinol e daí nascer um Buda e uma Vulva. Ou não::::: PORQUE SE ELE FOI LIVRE PARA FAZER, EU SOU LIVRE PARA ENTENDER. Ou não.
Parece charlatanismo? Há um convite aqui. Faça igual. Tente. Pegue uma coisa de seu quarto e dê um nome. Quem sabe funcione. Mas sinto em dizer, hoje será apenas a repetição de algo que foi feito em 1912.
Marcel Duchamp é meu irmão.
O que fará dessa obra, arte? Será a escolha. A escolha do tema, a escolha da imagem, a escolha daquilo que será ressaltado. Nessas escolhas serão definidas as mensagens. OK.
Mas pintar pode ser algo morto. Talvez após Cézanne, Van Gogh, Matisse, Kandinski, não haja mais sentido em pintar. Talvez um homem realmente LIVRE não suporte mais repetir esse ato.
E principalmente desgoste das teses, teorias, interpretações, dos arcabouços literários que a pintura criou em cinco séculos de crítica. Talvez ele tenha HUMOR. Liberdade e humor: e veja a comédia que mora naquele circulo.
Mas atenção! Ele é livre mas não é anarquista. Ele tem humor, mas não é anarquista. Acima de tudo ele deseja nunca se comprometer. Na vida pessoal e na vida artística seu desejo é o de ser sempre livre para fazer o que quiser e quando quiser. Ele ama, mas nunca se apaixona. Ele tem relacionamentos, mas nunca mora junto. Ele cria, mas jamais segue uma escola. E não é solitário. Tem amigos, família, colegas, mas preserva sua solidão. Ele ouve. Ele olha. Ele pensa. Observa. E fica distante. Sua filosofia é ser distante. E exala charme.
( Baudelaire em 1863 disse que o DANDI é aquele que em meio a multidão anônima da cidade mantém sua aristocracia. É um aristocrata porque não se mistura. Ele flui pela massa sem se misturar. Observa e não se compromete. Cria sua individualidade. Que será única. )
Então esse homem pinta. E seus quadros, poucos, são fortes. O que ele quer é mostrar a fluidez da vida. Pintar o movimento e não a coisa. A tal da quarta dimensão. OK.
Um dia ele pega um banco e uma roda de bike. Une os dois e os deixa num canto.
Um dia ele pega um urinol numa loja. Vira esse urinol de cabeça para baixo. Assina R.Mutt. E o batiza de FONTE.
Isso é arte. Porque agora não interessa mais fazer um rabisco ou um desenho. O que importa é saber ESCOLHER. Dar um nome. Assinar. E assim fazer pensar. É arte?
O urinol é branco. E ao se chamar fonte ele remete a uma fonte de água. Mas sua forma lembra um Buda. Fonte espiritual. E uma forma feminina: fonte da vida. Não interessa o urinol. O que INTERESSA é ver algo de novo numa forma antiga. Ou, associar ao nome: Fonte, o objeto: Urinol e daí nascer um Buda e uma Vulva. Ou não::::: PORQUE SE ELE FOI LIVRE PARA FAZER, EU SOU LIVRE PARA ENTENDER. Ou não.
Parece charlatanismo? Há um convite aqui. Faça igual. Tente. Pegue uma coisa de seu quarto e dê um nome. Quem sabe funcione. Mas sinto em dizer, hoje será apenas a repetição de algo que foi feito em 1912.
Marcel Duchamp é meu irmão.