SETE PSICOPATAS E UM SHIH TZU de Martin McDonagh com Colin Farrell, Sam Rockwell, Abbie Cornish, Woody Harrelson, Christopher Walken e Tom Waits
Um elenco interessante em mais uma imitação de Tarantino. Diálogos sem sentido, violência de HQ, musiquinhas cool e uns personagens esquisitos. Tempere essa receita com humor e cores fortes. Certo? Não, tudo errado. Neste filmeco sobre um escritor sem inspiração e seu amigo tonto ( que vive de sequestros a cães ), tudo dá errado. O humor é medíocre e pior, os personagens são frouxos. Insuportável de tão vazio. Nota Zero.
UM HOMEM MISTERIOSO de Anton Corbijn com George Clooney
Clooney é um assassino de aluguel que se refugia na Itália. Anton foi um famoso diretor de clips. Isso se percebe logo, ele é incapaz de encenar um diálogo. O filme é uma série de imagens frias, mal montadas e sem porque. Clooney posa e o filme é um nada absoluto. Nota Zero.
NUNCA MAIS OUTRA VEZ de Irvin Kershner com Sean Connery, Klaus Maria Brandauer, Kim Basinger e Max Von Sydow
Em 1983 dois filmes de James Bond foram feitos. Um oficial, produzido por Saltzman e Brocolli; e um alternativo feito por outra equipe, mas com o trunfo de ter Sean Connery de volta ao papel, após 12 anos longe. É estranho, porque é um Bond sem o tipo de letreiro habitual e sem a trilha sonora de John Barry. Mas é 100% o velho Bond de sempre. A trama é sobre o roubo de arma nuclear e Connery está excelente no papel: cínico, mulherengo e frio como aço. De bônus há o fato de ele brincar com sua idade. James Fox faz seu patrão e diz que Bond está ultrapassado. O filme tem uma ótima primeira parte ( e uma péssima trilha sonora, de Michel Legrand ), mas perde ritmo no fim. Kershner vinha de dirigir O Império Contra-Ataca e Kim Basinger começava a chamar a atenção. É uma aventura que jamais se leva a sério. Nota 5.
LOCAL HERO de Bill Forsyth com Peter Riegert e Burt Lancaster
Faz muito tempo que eu queria ver esse filme. Isso porque ele é sempre eleito pelos ingleses um de seus filmes favoritos de todos os tempos. Trata-se de um modesto filme dos anos 80 que fala de um jovem americano que vai à uma vila escocesa. Esse jovem trabalha numa enorme companhia de petróleo e seu objetivo é comprar a vila para construir uma refinaria. O filme tem seus primeiros quinze minutos sem nada de especial, mas de repente ele cresce e nos seduz completamente. A população adora a ideia de vender a vila inteira e o filme transcorre desse jeito: as coisas acontecem imprevisíveis e em ritmo normal. Nada de chocante acontece, nada é grande ou esquisito, entramos na vida banal daquela gente, que não são tristes e nem alegres, e sentimos estar diante de gente real e de vida de verdade. O lugar nem é tão bonito! Lancaster está excelente como o dono da empresa de petróleo, um solitário que é apaixonado por astronomia. O filme, discreto e bonito, é cheio de vida. Nota 8.
MURDER, MY SWEET de Edward Dmytryck com Dick Powell
Excelente filme noir. Powell faz Marlowe, o mitico detetive de Raymond Chandler, e sua abordagem é completamente diferente daquela de Bogart. Powell faz um Marlowe muito mais pé de chinelo, sem moral, cheio de humor. Dmytryck era um ótimo diretor antes de ser pego pela comissão de McCarthy e demonstra isso aqui. O filme tem estilo, tem ritmo, ótimas cenas e diverte muito. Todo passado no mundinho de botecos, becos e sombras, é boa opção para quem quer conhecer esse maravilhoso gênero de cinema. Másculo, direto, e muito influente. Nota 7.
COM A MALDADE NA ALMA de Robert Aldrich com Bette Davis, Olivia de Havilland, Joseph Cotten e Agnes Moorehead
Após o sucesso de Baby Jane, Aldrich reconvoca Bette Davis e lhe dá mais uma vez um filme de horror em que ela faz uma velha doida. E coloca outros veteranos a seu lado. Mas se Baby Jane foi inesquecível, este é apenas correto. Não assusta como o filme anterior e Bette não tem um papel tão forte como foi aquele. A gente percebe que alguma coisa aqui foi forçada. De qualquer modo, é um prazer ouvir Bette Davis e temos Agnes Moorehead dando um show como a maltrapilha empregada da casa. Nota 5.
AS AVENTURAS DE PI de Ang Lee
Visualmente belíssimo, ele passa por alto das implicações contidas no primeiro terço do livro de Martell. Dessa forma, deixamos de conhecer Piscine em profundidade e nem sabemos o porque de sua familia. Mesmo assim Ang Lee produz mais um filme que nos surpreende. Vivemos uma época de cineastas pouco versáteis. Um filme de Wes Anderson ou de Thomas Anderson ou de Tarantino, por melhor que seja, sempre se parece com tudo aquilo que seu diretor sempre fez e faz. Mas não Ang Lee. Ao melhor estilo John Huston ou William Wyler ou Fred Zinnemann, Lee faz filmes em função da história a ser contada. Desse modo, Hulk nada tem que lembre Brokeback Mountain que nada tem a ver com Tempestade de Gelo. É um dos maiores talentos de nosso tempo. O filme é o que poderia ser, nem mais nem menos. Emociona menos que deveria, erra menos do que seria provável. Em mãos menos hábeis teria tudo para ser ridiculo. Nota 7.
Um elenco interessante em mais uma imitação de Tarantino. Diálogos sem sentido, violência de HQ, musiquinhas cool e uns personagens esquisitos. Tempere essa receita com humor e cores fortes. Certo? Não, tudo errado. Neste filmeco sobre um escritor sem inspiração e seu amigo tonto ( que vive de sequestros a cães ), tudo dá errado. O humor é medíocre e pior, os personagens são frouxos. Insuportável de tão vazio. Nota Zero.
UM HOMEM MISTERIOSO de Anton Corbijn com George Clooney
Clooney é um assassino de aluguel que se refugia na Itália. Anton foi um famoso diretor de clips. Isso se percebe logo, ele é incapaz de encenar um diálogo. O filme é uma série de imagens frias, mal montadas e sem porque. Clooney posa e o filme é um nada absoluto. Nota Zero.
NUNCA MAIS OUTRA VEZ de Irvin Kershner com Sean Connery, Klaus Maria Brandauer, Kim Basinger e Max Von Sydow
Em 1983 dois filmes de James Bond foram feitos. Um oficial, produzido por Saltzman e Brocolli; e um alternativo feito por outra equipe, mas com o trunfo de ter Sean Connery de volta ao papel, após 12 anos longe. É estranho, porque é um Bond sem o tipo de letreiro habitual e sem a trilha sonora de John Barry. Mas é 100% o velho Bond de sempre. A trama é sobre o roubo de arma nuclear e Connery está excelente no papel: cínico, mulherengo e frio como aço. De bônus há o fato de ele brincar com sua idade. James Fox faz seu patrão e diz que Bond está ultrapassado. O filme tem uma ótima primeira parte ( e uma péssima trilha sonora, de Michel Legrand ), mas perde ritmo no fim. Kershner vinha de dirigir O Império Contra-Ataca e Kim Basinger começava a chamar a atenção. É uma aventura que jamais se leva a sério. Nota 5.
LOCAL HERO de Bill Forsyth com Peter Riegert e Burt Lancaster
Faz muito tempo que eu queria ver esse filme. Isso porque ele é sempre eleito pelos ingleses um de seus filmes favoritos de todos os tempos. Trata-se de um modesto filme dos anos 80 que fala de um jovem americano que vai à uma vila escocesa. Esse jovem trabalha numa enorme companhia de petróleo e seu objetivo é comprar a vila para construir uma refinaria. O filme tem seus primeiros quinze minutos sem nada de especial, mas de repente ele cresce e nos seduz completamente. A população adora a ideia de vender a vila inteira e o filme transcorre desse jeito: as coisas acontecem imprevisíveis e em ritmo normal. Nada de chocante acontece, nada é grande ou esquisito, entramos na vida banal daquela gente, que não são tristes e nem alegres, e sentimos estar diante de gente real e de vida de verdade. O lugar nem é tão bonito! Lancaster está excelente como o dono da empresa de petróleo, um solitário que é apaixonado por astronomia. O filme, discreto e bonito, é cheio de vida. Nota 8.
MURDER, MY SWEET de Edward Dmytryck com Dick Powell
Excelente filme noir. Powell faz Marlowe, o mitico detetive de Raymond Chandler, e sua abordagem é completamente diferente daquela de Bogart. Powell faz um Marlowe muito mais pé de chinelo, sem moral, cheio de humor. Dmytryck era um ótimo diretor antes de ser pego pela comissão de McCarthy e demonstra isso aqui. O filme tem estilo, tem ritmo, ótimas cenas e diverte muito. Todo passado no mundinho de botecos, becos e sombras, é boa opção para quem quer conhecer esse maravilhoso gênero de cinema. Másculo, direto, e muito influente. Nota 7.
COM A MALDADE NA ALMA de Robert Aldrich com Bette Davis, Olivia de Havilland, Joseph Cotten e Agnes Moorehead
Após o sucesso de Baby Jane, Aldrich reconvoca Bette Davis e lhe dá mais uma vez um filme de horror em que ela faz uma velha doida. E coloca outros veteranos a seu lado. Mas se Baby Jane foi inesquecível, este é apenas correto. Não assusta como o filme anterior e Bette não tem um papel tão forte como foi aquele. A gente percebe que alguma coisa aqui foi forçada. De qualquer modo, é um prazer ouvir Bette Davis e temos Agnes Moorehead dando um show como a maltrapilha empregada da casa. Nota 5.
AS AVENTURAS DE PI de Ang Lee
Visualmente belíssimo, ele passa por alto das implicações contidas no primeiro terço do livro de Martell. Dessa forma, deixamos de conhecer Piscine em profundidade e nem sabemos o porque de sua familia. Mesmo assim Ang Lee produz mais um filme que nos surpreende. Vivemos uma época de cineastas pouco versáteis. Um filme de Wes Anderson ou de Thomas Anderson ou de Tarantino, por melhor que seja, sempre se parece com tudo aquilo que seu diretor sempre fez e faz. Mas não Ang Lee. Ao melhor estilo John Huston ou William Wyler ou Fred Zinnemann, Lee faz filmes em função da história a ser contada. Desse modo, Hulk nada tem que lembre Brokeback Mountain que nada tem a ver com Tempestade de Gelo. É um dos maiores talentos de nosso tempo. O filme é o que poderia ser, nem mais nem menos. Emociona menos que deveria, erra menos do que seria provável. Em mãos menos hábeis teria tudo para ser ridiculo. Nota 7.