Ás vezes a grandeza dos gênios nos é dada pela comparação com o pequeno alcance dos meros talentosos. O hábito de ler coisas brilhantes faz com que o gosto se apure, e sem perceber voce passa a notar a diferença entre o verdadeiro criador e um mero "talento". Lewis está longe de ser um grande escritor. Mas sempre tive a curiosidade de ler algo do autor de 'Nárnia". A filosofia que ele usa muito me interessa ( cristianismo puro ), e lê-lo era para mim uma questão de tempo.
Mas sinto dizer que sua escrita é banal. E entenda bem, estou falando de seu "estilo", não daquilo que ele pensa e tenta nos passar. Este livro fala de um linguista ( na verdade é seu amigo, Tolkien ), que é raptado por dois ex-colegas de Cambridge. Os dois o levam em nave para um planeta onde, em que pese a aparência primitiva dos seres e das coisas, há um enorme desenvolvimento filosófico, o que os leva não só a paz, como também a serena aceitação da morte e da extinção. Poderia ser um grande livro, mas Lewis escreve mal. Aborrece em descrições infindáveis da paisagem, não consegue criar encanto, empatia, e sua linguagem é óbvia, redundante, banal.
Porém, existe um pensamento, ensinado pelos seres intergaláticos, que é de bela complexidade. A de que o verdadeiro prazer da vida reside na memória. Mas não a memória saudosista, que é a vontade de voltar ao que foi vivido, mas sim a memória que tem a sabedoria de saber que tudo de bom na vida dura uma hora ou um dia, e que na lembrança que permanece, esse momento dura toda uma vida. É no lembrar que reside a verdadeira alegria. O momento feliz é apenas isso, um momento, mas a recordação é uma alegria para sempre.
Há um outro pensamento, este dado pelo tipo de "deus" do planeta. A de que o fato de na Terra só haver um ser racional ( nós ), cria uma grande pobresa de vida e de entendimento. Como aqui só existe um tipo, uma única forma de pensamento, não temos com quem, ou com o que trocar experiências, não temos onde aprender, onde conceber novas formas de razão. É um único ser falando, eternamente, consigo mesmo. Nenhuma troca. Nada. No planeta visitado existem três formas de razão, três seres inteligentes, três modos autônomos de ver, sentir e pensar. O diálogo entre eles os enriquece, eles são três vezes mais complexos.
É um livro mais ou menos, mas esses pensamentos são grandes. Muito grandes.
Mas sinto dizer que sua escrita é banal. E entenda bem, estou falando de seu "estilo", não daquilo que ele pensa e tenta nos passar. Este livro fala de um linguista ( na verdade é seu amigo, Tolkien ), que é raptado por dois ex-colegas de Cambridge. Os dois o levam em nave para um planeta onde, em que pese a aparência primitiva dos seres e das coisas, há um enorme desenvolvimento filosófico, o que os leva não só a paz, como também a serena aceitação da morte e da extinção. Poderia ser um grande livro, mas Lewis escreve mal. Aborrece em descrições infindáveis da paisagem, não consegue criar encanto, empatia, e sua linguagem é óbvia, redundante, banal.
Porém, existe um pensamento, ensinado pelos seres intergaláticos, que é de bela complexidade. A de que o verdadeiro prazer da vida reside na memória. Mas não a memória saudosista, que é a vontade de voltar ao que foi vivido, mas sim a memória que tem a sabedoria de saber que tudo de bom na vida dura uma hora ou um dia, e que na lembrança que permanece, esse momento dura toda uma vida. É no lembrar que reside a verdadeira alegria. O momento feliz é apenas isso, um momento, mas a recordação é uma alegria para sempre.
Há um outro pensamento, este dado pelo tipo de "deus" do planeta. A de que o fato de na Terra só haver um ser racional ( nós ), cria uma grande pobresa de vida e de entendimento. Como aqui só existe um tipo, uma única forma de pensamento, não temos com quem, ou com o que trocar experiências, não temos onde aprender, onde conceber novas formas de razão. É um único ser falando, eternamente, consigo mesmo. Nenhuma troca. Nada. No planeta visitado existem três formas de razão, três seres inteligentes, três modos autônomos de ver, sentir e pensar. O diálogo entre eles os enriquece, eles são três vezes mais complexos.
É um livro mais ou menos, mas esses pensamentos são grandes. Muito grandes.