RESNAIS/ BETTE DAVIS/ VALLÉE/ TARANTINO/ PEQUENO NICOLAU

DOIS FILMES JÁ COMENTADOS MESES ATRÁS ( MAS QUE SÓ AGORA ESTÃO EM CARTAZ ): A JOVEM RAINHA VITÓRIA e À PROVA DE MORTE de Jean-Marc Vallée e de Tarantino
A jovem rainha é um belíssimo filme. Não se apressa para contar sua história e a conta bem. Emily Blunt está encantadora e o filme é um prazer. Nota 7.
O filme de Quentin é puro rocknroll!!!! Kurt Russell brinca no papel e nós rimos com ele. É uma digna homenagem aos filmes de carrões dos anos 70. E tem uma Rose McGowan show! Nota 7.
SHERLOCK JR. de Buster Keaton
Uma obra-prima. Keaton era um gênio não-literário. Seu dom se revela em seu rosto, seus gestos e sua inventividade inesgotável. Este filme é um delírio de humor e surpreende-nos todo o tempo. Além de tudo ele tinha uma coragem física impressionante. Nota DEZ.
SOLTANDO OS CACHORROS de Brian Robbins com Tim Allen e Robert Downey jr
A história de um pai relapso que se torna cão. É muito engraçado. Allen, ao contrário de certos comediantes galãs, não tem medo de ser completamente ridículo. Ele baba, rasteja e dá a patinha. Convence como cão. Nota 6.
JEZEBEL de William Wyler com Bette Davis e Henry Fonda
Bette é jovem mimada nos EUA pré guerra de secessão. Perde seu noivo por ser fútil e não ter uma idéia de que seus atos tolos têm sempre uma consequencia. Então, em meio a peste amarela que assola a cidade, vem seu amadurecimento ( amargo e tardio ). Mais um grande filme de Wyler e segundo Oscar de Bette. O rosto dela tudo expressa neste papel : infantilidade, ódio, maldade pura e depois uma esperança que se perde. A cena do retorno de Fonda é inesquecível. Belo roteiro ( que ainda fala de racismo e da arrancada do norte progressista contra o sul atrasado ). Um comentário extra: este filme comprova a tese que diz que se o sul tivesse vencido a guerra, os EUA seriam hoje um Brasil. Nota 9.
PROVIDENCE de Alain Resnais com John Gielgud, Ellen Burstyn e Dirk Bogarde
Aaaaaah .... essa crítica esnobe.... este é considerado um dos maiores filmes dos anos 70. Resnais, trabalhando em inglês, nos mostra um rico autor morrendo de câncer. Enquanto ele agoniza, sua imaginação usa seu filho, um frio snob, e sua nora, como personagens de seu derradeiro romance. O filme é tão metido, tão "refinado" ( Yves St.Laurent fez o guarda-roupa ) tão cheio de erudição e de bom-gosto, que se torna o mais frio dos filmes de horror. É um pesadelo de cadáveres sendo dissecados, remédios, solidão e frases literárias. Odiei muito!!!!! Nota ZERO.
BOB, LE FLAMBEUR de Jean-Pierre Melville
Crítica abaixo. Melville filmava quando tinha dinheiro, usou atores amadores, o ator principal era alcoólatra, a atriz foi achada na rua e só tinha 15 anos. E mesmo assim, eis o resultado: uma obra-prima. O mais cool dos filmes, o mais viril dos heróis. Sexy, macho, frio e triste. Roger Ebbert cita em seu livro filmes de Paul Thomas Anderson, Neil Jordan e Soderbergh que o homenageiam. Melville merece muito mais. Bob é o cara! Nota DEZ!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
O PIRATA ESCARLATE de James Goldstone com Robert Shaw, Peter Boyle, Genevieve Bujold e Beau Bridges
Filme de piratas. Mas é um filme estranho, não se leva a sério sem ser uma comédia. Shaw faz um pirata sujo, estúpido. Genevieve faz uma heroína feminista. Dá pra ver, mas é um filme bastante banal. Nota 4.
O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA de Cecil B. de Mille com Charlton Heston, Betty Hutton, James Stewart, Gloria Grahame, Cornel Wilde
Um imenso sucesso detestado pela crítica. Mostra os bastidores de um muuuuuito rico circo. Heston é o gerente mandão, Betty uma trapezista, Stewart um palhaço e por aí vai. Os diálogos são tão idiotas que chegam a doer. Mas ao mesmo tempo o filme é tão colorido, tão otimista, tão cheio de acontecimentos, que ficamos lá, detestando aquilo tudo e interessados sem saber porque. Nota 6.
TITANIC de Jean Negulesco com Clifton Webb, Barbara Stanwyck e Robert Wagner
Não o mastodonte, mas sim um simples drama que conta sua história com objetividade e competência. Foi grande hit em seu tempo e tem efeitos bastante bons para sua época. Os passageiros desfilam suas histórias e vem o acidente final. Um pop dos 50's. Nota 6.
O PEQUENO NICOLAU de Laurent Tirard
Encantador! Um fato: se italianos fazem das crianças pequenos chorões e se americanos os vestem de adultos idiotas, são os franceses que sabem mostrá-las como elas são. Exemplos desse talento há as dúzias. De Guerra dos Botões à Idade da Inocência e Brinquedo Proibido. Aqui estão crianças que são crianças. O filme nos enternece e nos diverte. È obrigatório em tempos de histeria fútil. Vá e veja agora e já! Nota 7.