O mundo se divide entre quem gosta de Roxy Music e quem não gosta. Mas o que ou quem é roxy ?
Decadentes. Roxy é amar alguma coisa não em seu auge, mas em seu fim. Ruínas são mais belas e projetos não realizados são irresistíveis. Tudo aquilo que é roxyano é incompleto.
Dubiedade. Parece ser e nunca é. Quando você pensa ter desvendado, decifrado o segredo, esse mistério se desfaz e outro nasce em seu lugar. Desorientado, seu pensamento é refeito. Mas você aprendeu a lição, ele será novamente confundido.
Leveza. De neblina e de garoa. A leveza que deixa tudo com cheiro de mofo. Não é a leveza da facilidade, é a falta de peso do inefável. O não existir, ou melhor, não ter existido.
Amor. O ódio ao amor que chora, grita e perde o controle. Roxy é a paixão sob controle aparente. O sorriso que disfarça o choro. A frase que parece nada dizer e entrega tudo. O amor Roxy nunca é menos que Shakespeareano, mas ele tem a elegância de Cole Porter e o refinamento de Noel Coward. Um amar que é sonho.
Moderno. Mas o Roxy pega o que é moderno e mostra escancaradamente o que esse modernismo tem de caipira, de brega, de efêmero. Os moderninhos levarão a modernidade a sério. O Roxy usufrui de seu conforto e rí dele. Alma antiga em embalagem nova.
Sexy. ROck seXY. Subtrair do Rock sua inocência infantil e adicionar em seu lugar o distanciamento adulto. Não mais adolescentes prestes a estuprar, a sedução de adultos desiludidos.
Romântico. A inadaptabilidade de quem não compra de segunda mão. O desgosto ante supermercados do vazio. Desejar apenas aquilo que é para sempre. O desejo como ente sagrado.
Roxy é isso tudo.
São discos que desagradam a quem procura música "bem tocada" e também a quem deseja tosqueira. É pop-black tocado em formato progressivo. Elvis cantando Velvet ou Soft Machine tocando Marvin Gaye. Casablanca com trilha glitter, Frank Sinatra desmunhecado. Dietrich, Dylan, Debussy e James Brown. São dúzias de canções sobre o amor ( as mais lindas ) e dezenas de crônicas sobre o cinismo ( as mais geniais ).
É fazer os melhores discos de Bowie e Iggy antes. Fazer o melhor de Ultravox, Japan, David Sylvian, antes. Ser Suede, Radiohead, Dandy Warhols, antes. Ser o mais belo, sempre.
Única banda pop digna de Shelley, Keats e Yeats; Roxy Music é "Morro dos ventos uivantes" com "Laranja Mecânica"; "O Leopardo" com "Sonho de uma noite de verão". Wilde encontrando Waugh.
Chamados de Velvet Underground da Inglaterra, o Roxy mostra a diferença crucial entre os dois países : o Velvet é realista, o Roxy é romântico. Não há barulho no Roxy. Não há neblina no Velvet. Ambos são cínicos.
Roxy sou eu.
Decadentes. Roxy é amar alguma coisa não em seu auge, mas em seu fim. Ruínas são mais belas e projetos não realizados são irresistíveis. Tudo aquilo que é roxyano é incompleto.
Dubiedade. Parece ser e nunca é. Quando você pensa ter desvendado, decifrado o segredo, esse mistério se desfaz e outro nasce em seu lugar. Desorientado, seu pensamento é refeito. Mas você aprendeu a lição, ele será novamente confundido.
Leveza. De neblina e de garoa. A leveza que deixa tudo com cheiro de mofo. Não é a leveza da facilidade, é a falta de peso do inefável. O não existir, ou melhor, não ter existido.
Amor. O ódio ao amor que chora, grita e perde o controle. Roxy é a paixão sob controle aparente. O sorriso que disfarça o choro. A frase que parece nada dizer e entrega tudo. O amor Roxy nunca é menos que Shakespeareano, mas ele tem a elegância de Cole Porter e o refinamento de Noel Coward. Um amar que é sonho.
Moderno. Mas o Roxy pega o que é moderno e mostra escancaradamente o que esse modernismo tem de caipira, de brega, de efêmero. Os moderninhos levarão a modernidade a sério. O Roxy usufrui de seu conforto e rí dele. Alma antiga em embalagem nova.
Sexy. ROck seXY. Subtrair do Rock sua inocência infantil e adicionar em seu lugar o distanciamento adulto. Não mais adolescentes prestes a estuprar, a sedução de adultos desiludidos.
Romântico. A inadaptabilidade de quem não compra de segunda mão. O desgosto ante supermercados do vazio. Desejar apenas aquilo que é para sempre. O desejo como ente sagrado.
Roxy é isso tudo.
São discos que desagradam a quem procura música "bem tocada" e também a quem deseja tosqueira. É pop-black tocado em formato progressivo. Elvis cantando Velvet ou Soft Machine tocando Marvin Gaye. Casablanca com trilha glitter, Frank Sinatra desmunhecado. Dietrich, Dylan, Debussy e James Brown. São dúzias de canções sobre o amor ( as mais lindas ) e dezenas de crônicas sobre o cinismo ( as mais geniais ).
É fazer os melhores discos de Bowie e Iggy antes. Fazer o melhor de Ultravox, Japan, David Sylvian, antes. Ser Suede, Radiohead, Dandy Warhols, antes. Ser o mais belo, sempre.
Única banda pop digna de Shelley, Keats e Yeats; Roxy Music é "Morro dos ventos uivantes" com "Laranja Mecânica"; "O Leopardo" com "Sonho de uma noite de verão". Wilde encontrando Waugh.
Chamados de Velvet Underground da Inglaterra, o Roxy mostra a diferença crucial entre os dois países : o Velvet é realista, o Roxy é romântico. Não há barulho no Roxy. Não há neblina no Velvet. Ambos são cínicos.
Roxy sou eu.