Não é dificil encontrar livros de Henry James nas livrarias. Ele está sempre presente em novas edições e traduções. Este é um fato que me dá esperança e alegria : ler James é fundamental. Ele é um dos dois maiores escritores em qualquer língua surgidos nos últimos 100 anos. Um americano que se tornou inglês e que escreve com ritmo e requinte. Voce penetra em sua prosa, se vê cercado por seus ambientes e passa a pensar o que os personagens pensam. Henry James possui a magia de Proust com a fluidez de Stendhal. Um mestre.
O outro, e que é o melhor, é Joseph Conrad. Qualquer um que já tenha suado ao tentar escrever algo que preste, fica assombrado com a escrita desse autor. Conrad, que nasceu polonês, foi marinheiro até os 30 anos. Percorreu todo o globo e viu de perto o auge do sistema colonial inglês. Se naturalizou e passou a escrever livros aos 35 anos- sempre em sua nova língua- na qual se tornou, por opinião consensual, o maior dos mestres.
Joseph Conrad se tornou a meta a ser alcançada por um certo tipo de autor: o escritor que viveu- o intelectual que não perdeu o sabor da vida real. Heminguay, Mailer, Greene, Hammet, Updike... todos devem muito à Conrad. Seus livros, que têm o enredo do livro de aventuras e a profundidade do livro filosófico, são milagres inatingiveis- frases perfeitas sobre frases perfeitas- personagens profundamente reais em situações limite- momentos decisivos em lugares distantes- o horror do isolamento- viagens sem motivo ou destino.
James e Conrad, dois desenraizados estrangeiros, exemplificaram o destino do homem moderno, a inadaptabilidade da alma atual, o futuro incerto do herói.
Ler seus livros é obrigatório.