O maior erro que um intelectual pode cometer é confundir o particular com o geral. Pensar que sua vivência é a vivência de todos e que seu testemunho vale para qualquer um.
O século xx, século ansioso por negar todo o passado, acolheu esses 3 profetas com fogos de artifício e pagou o pato pelo engodo. O século pensou ser ousado e novo, anti-religioso, anti-burguês, anti-repressivo e se tornou tonto, iludido, caótico.
Freud hiper valorizou o sexo e apesar de qualquer psicólogo saber que seus livros são hoje peças de museu, na sociedade ele criou a crença de que todo mal vem de alguma repressão física, que o sexo é tudo, que a família é um ninho de neuroses. Tudo bobagem. Freud via o mundo assim por suas razões íntimas. Era uma verdade particular que ele dividiu com o mundo.
Marx errou em tudo. O sonho do proletário era e é se tornar um burguês-conservador, jamais um revolucionário. Assim como o sonho do burguês é ser um aristocrata.
O futuro do capitalismo é mais capitalismo, pois o capitalismo é um organismo que se adapta a novas situações. Se adapta exatamente por ser anti-dogmático, por não ter pudor de mudar de atitude e credo. Marx era um romântico muito ingênuo. Enxergou no povo o que ele queria enxergar e errou todas as suas previsões históricas. E o pior : o marxismo se tornou um tipo de religião atéia. Questão de fé, jamais de inteligência.
Nietzsche errou em acreditar apenas na força. Ele não conheceu, ou não desejou conhecer a solidariedade humana. Não notou que ser fraco pode ser um sinal de resistência. Jamais foi à fundo no porque da existência de Deus ( porque essa necessidade humana ? ).
Não sei, e ninguém sabe, quais serão os pensadores deste século. Charles Darwin é o único titã do século xix que ninguém conseguiu derrubar. Mas penso que uma cultura guiada pela idéia da sobrevivência do mais apto não pode gerar grande filosofia ou arte.