AMANHÃ

   Amanhã, ou daqui a 6 meses, o nacionalismo europeu voltará com tudo. E a união europeia, organismo que só serve para turistas, terá sua inutilidade escancarada. Os ingleses mais uma vez se anteciparam ao continente. Aliás, isso é histórico. Perceberam Hitler antes de todos, se industrializaram primeiro, criaram um modo de controlar o rei sem revoluções abjetas. A Inglaterra percebe antes porque ela é pragmática. Ela observa sem a distorção do idealismo. Sem a ideologia. Ela olha e vê, e então age. Agora assiste de camarote. Vê que ninguém se moveu para ajudar a Itália. Ninguém ajuda a Espanha. Portugal fala para as paredes. Na hora do aperto é cada um por si. E se apertar demais, que venha os EUA nos salvar. Coordenação nenhuma, e a grana não aparece. Alemanha, Holanda e Austria vão bem. O resto, um abraço.
  A esquerda; famosa por jamais acertar uma previsão, eles ainda acham que a evolução do capitalismo é o comunismo; quer pensar que o mundo pós corona vírus será anti capital. Que o estado ganha moral com essa onda de dor e medo. Modo bobinho de pensar. Após o medo vem a raiva, sempre. As pessoas acusarão o estado por não ter agido antes. Reclamarão das fronteiras abertas. Tenderão a se fechar. Olharão com medo o imigrante e até o turista. No médio prazo a China sai perdendo. Políticos de direita radical tenderão a vencer. Fechar fronteira e se manter em casa é a praia deles.
  Por aqui, na amarga Latino América, nada mudará. A Argentina caminhará alegremente para mais um suicídio. A Venezuela é a grande derrotada. O país acabou. O governo não cai porque o exército não quer. Esquecem que Chavez era militar. O exército tem bons salários. A população está tão faminta que não tem energia nem pra reclamar. 15 dólares por mês.
  Cá no Brasil já se percebe quem ficou feliz com a crise. A turma do quanto pior melhor foi com tanta sede ao pote que ficou chato. Todo mundo notou.  Bolsonaro, péssimo em relações públicas, vai se manter. Os governadores sairão com o pires na mão. Vão mendigar recursos. O povo, coitado, não conta. O brasileiro continua sendo um peão. O presidente se queimou por falar besteiras. Os outros por inflar o medo. Presidente que fala besteira é o comum por aqui. Inflar medo é imperdoável. Os eleitores serão lembrados disso.
  Quando Dilma foi impedida, falei que nunca mais teríamos um presidente sem a sombra do impeachment. Até nisso imitamos os EUA. Lá, desde Nixon, todo presidente convive com isso. É briga de crianças: Voce impediu o meu, quero impedir o seu. Bolsonaro faria bem em não tentar a reeleição. Poderia até vencer. A oposição se destrói por si mesma. Mas não vale o desgaste. Deverá surgir um nome novo da baixa política. Mais uma vez.
  Lula morreu. Se tornou aquilo que foi Brizola em seus últimos anos. Uma memória meio turva. Um velhinho gritando slogans mofados.
  Doria e Witzel esqueceram que são menos que nada. Estão no governo por usar a força do presidente em seu momento mais forte. Sozinhos não têm base nenhuma. Cercados por puxa sacos, estão acreditando nos elogios dos sombras.
 Haddad não existe como pessoa independente. E seus posts depõe contra ele mesmo. Hesitante, ele apenas grita, com voz fraca, palavras de ordem sem sentido. Parece líder estudantil.  É Robin. O pupilo do Batman esclerosado.
 Ciro não precisa de oposição. Basta deixar ele falar. Ciro destrói Ciro.
 Que panorama podre!
 E temos nossos formadores de opinião. Arautos que falam para outros formadores de opinião. Masturbadores que se encantam com a própria mão. Se empolgaram com a crise. Acharam que ela faria deles Os Protagonistas outra vez. Não. Os políticos, ruins e menos ruins, são as estrelas do momento.
 Termino citando Hitchcock. Atores são gado. Salvo 1% deles, não pensam. Decoram texto. E vomitam banalidades. Ninguém falou mais idiotices nestes dias que eles. Me perdoem os menos bobos, mas eles parecem ter a mente de um menino de 10 anos educado num sindicato do ódio.
  O mundo após a crise voltará outro? Talvez.
  Mas creia, não será como seu professor de sociologia diz. Ele nunca acertou uma.