ERIC DOLPHY

Meu interesse por jazz começou em 1980, quando assisti na TV o Festival de Jazz de SP. Foi assistindo a Mingus Dinasty tocar o Cumbia and Jazz Fusion. Mas eu penso que a semente fora plantada desde minha infância. Os desenhos de Charlie Brown com sua trilha jazz de Vince Guaraldi. Well.... logo comprei meu primeiro disco de jazz, Tallest Trees de Miles Davis. ----------------- Eric Dolphy era um nome que eu ouvia falar desde então, mas nunca o escutara porque os comentários diziam ser ele de vanguarda e a vanguarda do jazz nunca me interessava. Meu interesse era o jazz feito entre 1945-1960, Bop, Cool e Hard Bop. Então, recentemente eu vi um video de Charles Mingus, video onde Eric Dolphy sola seu sopro maluco: que maravilha!!!!!! Passo então a ouvir Dolphy. ---------------- Ele tem influencia erudita, usa cello ocasionalmente e ele próprio sola na flauta, no clarinete mais grave e no sax. Sua música é cheia de mistério, de sexo, de clima noturno, escuro, cheio de sombras e de perigos. Há algo de profundamente solitário em seu som, nada nele lembra Thelonious Monk, mas é a mesma solidão dentro do jazz. Dolphy iria morrer cedo, ainda nos anos de 1960, causas naturais, uma morte evitável. Sua carreira poderia ter sido tão rica quanto a dos maiores, mas não houve tempo e o que ele deixou promete algo que não se fez. De qualquer modo ele fica na história como uma explosão em surdina, um desafio monstruoso, um som dele mesmo. -------------------- Falar verbalmente de música é bastante ridículo porque o verbo não foi feito para isso. Ela é abstrata, quanto melhor mais espiritual. Então veja os videos que postei e sinta o clima desse grande Eric Dolphy.