O BARATEAMENTO FRANCÊS
Ouvindo Jean Michel Jarre eu percebo como a França nada cria, copia e barateia. Jean Michel, filho do multi oscarizado Maurice Jarre, usa, desde 1976, bases do Kraftwerk e acrescenta à elas o pior POP francês. Pegue Oxygene por exemplo. No início ouvimos uma percussão que é xerox dos alemães. Mas com maior velocidade. Então, onde Ralf e Florian colocariam o inesperado, Jarre coloca o óbvio: uma assoviante melodiazinha francesa. Eis o POP nojento da França! Isso logo me fez lembrar que o existencialismo, dinamarquês e alemão, virou moda em Paris. Que o romantismo, criação anglo alemã, na França se fez produto exportável à todos os teens do planeta. Assim como o iluminismo, pensamento de fãs da cultura inglesa. O cinema veio dos EUA e virou arte na Alemanha, a pintura ocidental nasce na Italia e o impressionismo tem sua primeira ideia na Holanda e na Inglaterra ( Jodkind e Turner ). Cubismo? Espanhol. Arte moderna? Russa e Suiça. Realismo? Gogol e Dickens, Dostoievski. Revolução? Inglaterra 1666, EUA, 1776. Música: tudo pego de mestres italianos e depois alemães e eslavos. Onde a criação original francesa? A França pode até melhorar, como fez com queijos e vinhos, mas não cria. É uma nação que copia, repete, e finge ser invenção sua. Talvez isso venha dos Francos, povo que imitava os romanos, os gauleses, que imitavam os germanos, ou os nobres fidalgos de Luis XV, imitadores dos gentis homens de Itália e Espanha. -------------------- Tudo isso me veio ao escutar algo tão horrivelmente francês como Jean Michel.