BEATRIZ E VIRGÍLIO - YANN MARTEL

Yann Martel escreveu A VIDA DE PI. E ficou rico. Beatriz e Virgílio é o terceiro livro dele que leio. Este é de 2010. Vou falar do enredo: Um escritor, Henry, escreve um livro sobre o nazismo. É uma tentativa de abordar o holocausto como romance e não com o tom "confessional diário" que sempre é usado nesse tema. Os editores não gostam de seu projeto e Henry não publica, Viaja para outro país e lá conhece um velho proprietário de uma loja de taxidermia. Entre bichos empalhados, o velho mostra para Henry seu projeto: uma peça onde uma mula, Beatriz, e um bugio, Virgílio, conversam sobre a crueldade contra os animais. A peça, tristíssima, com cenas de horror e tortura, ao fim, se revela como a tentativa de um monstro nazista, o velho, expiar suas culpas. Responsável por mortes absurdas de judeus, agora ele tenta ser um campeão da causa animal. -------------------- O livro é muito, muito ruim. Deprimente até. Martel é apelativo. Manipulador. Usa descrições que propositam nos fazer chorar. A conclusão do livro é forçada e nada natural. O velho poderia ser um judeu traumatizado, jamais um nazista. Não cabe. Não é convincente. Pior, o texto é pobre, simples, raso, tem o caráter da literatura atual, a de sempre parecer escrita para quem mal sabe ler. PI acabou com a inspiração de Martel, e depois desse sucesso, tudo que ele faz é tentar repetir um tipo de história de mistério filosófico. O mais triste é que lançando livros tão ruins ele acaba por desvalorizar sua melhor obra. Fujam deste livro. São apenas 130 páginas que pesam como 800.