FRACOS, RICOS E SUPLICANTES ( UMA VISÃO SOBRE O MUNDO DE 2022 )

Tenha em mente, primeiro, este fato: até mais ou menos 1990, pedia-se à um líder político, que ele protegesse nossas famílias. Isso era feito pela cobrança de força, inteligência e coragem. Um líder defenderia as fronteiras, defenderia nossa indústria, nosso comércio, nos defenderia de inimigos, da fome e do crime. Gente tão diversa como Churchill, Roosevelt, Reagan, Kennedy ou De Gaulle tinham em comum sua imensa presença corajosa. Thatcher, Indira Ghandi e Golda Meir também. --------------- Hoje, observe, o que se pede é ACEITAÇÃO. Ele é meu líder porque ele me ama, me aceita, é "um cara legal". Não conheço sintoma mais perverso da imensa infantilidade dos adultos atuais. ---------------- Houve um momento, e creio que foi por volta de 1988-1992, em que se percebeu que a melhor forma de dominar uma população não era pela força, mas sim a enfraquecendo. Tradicionalmente, todo domínio do tipo autoritário sempre aconteceu pelo uso extremo da força explícita. Censura. Tiros. Prisão. Mas algo mudou, e 1984 de Orwell já previra isso. O PODER percebeu que muito mais fácil seria fazer com que a população pedisse por censura, tiros, prisão. Como? Enfraquecendo. Fazendo com que o povo perdesse a confiança em si mesmo. Infantilizando. ------------ Nada é mais corajoso que um pai e uma mãe defendendo seus filhos. Ou era. Nada era mais teimoso que uma congregação defendendo sua igreja. Ou era. Nada era mais constante que a defesa de um território por aqueles que lá nasceram. Era. A infantilização se dá pela sabotagem de todos esses COSTUMES. Se o povo começasse a ver a família como um MAL, a igreja como uma tolice e o território como ficção, então todos se tornariam, sem perceber, SERES DESAMPARADOS. Sem referências, sem abrigo, sem conforto. Esse povo estaria pronto para ser ACOLHIDO. Por quem? Por aquele que o aceitasse. Uma população que pede comida, mas nunca exige terra para plantar. -------------- Como isso foi feito? Não é complicado explicar. Nas escolas bastou transformar a história numa "cruel narrativa onde tudo foi crime e todos eram monstros". Deu-se aos jovens o ódio à sua própria história. Assim se sabotou o amor ao território, um dos alicerces da segurança adulta. Nas artes foi ainda pior. Criou-se a imagem do artista como "fofo". Filmes feitos aos milhares, todos mostrando pessoinhas frágeis sofrendo em um mundo adulto. Lentamente criou-se a ideia de que SER FRACO É SER BOM. Dividiu-se a humanidade em dois campos: a virilidade, que pode inclusive ser parte da mulher, como coisa destrutiva; e a fragilidade hesitante e sofrida, como o BEM. Meu asco pelo cinema atual se deve muito à isso. O cinema dito de arte, aquele de mostras e festivais, é uma exibição sem fim de gente lambendo feridas. E tendo um perverso orgulho por isso. ----------- Desse modo criou-se uma mentalidade doentia. Um modo de ver e pensar onde defender uma árvore é mais importante que preservar seu comércio. Salvar um pinguim vale mais que salvar um velho doente. O choro pela morte de um cão é maior que o choro pela morte de um tio. Mas é agora que surge a maior perversidade: QUEM ACEITA O FOFO E FINGE SE IMPORTAR COM UM CARENTE-INFANTIL, GANHA SEU CORAÇÃO PARA SEMPRE. E isso é um prato delicioso para qualquer político espertalhão. Desse modo, a política se tornou um jogo onde a única coisa que interessa é descobrir quem gosta mais de mim. É impossível ser mais idiota que isso. ----------------- O mercado logo notou isso, e hoje toda propaganda não vende o MELHOR PRODUTO, mas sim AQUELE QUE TE AMA. Morro de rir quando vejo propagandas baseadas em amor, sempre em amor. Este banco é melhor porque se preocupa com voce. Este desodorante se importa com voce. Esta loja é sua amiga. É o sonho de todo empresário: não precisar ser O MELHOR, ser apenas o mais sensível. --------------- São pseudo adultos que mendigam afeto, atenção, carinho. Passam a medir tudo pela régua da sensibilidade. Isto é DO BEM PORQUE ME AMA, ISTO É DO MAL PORQUE NÃO ME AMA. A razão ou a lógica não existem nesse mundo. ----------------- Observe dez minutos de propaganda na TV. Todos os produtos se vendem como DO BEM. Pouco interessa sua eficiência ou utilidade. O que vale é seu CORAÇÃO. Para quem, como eu, dá supremo valor a razão e a lógica, é um mundo grotesco. ------------------ Não escrevo isto por ouvir dizer. Vivo isso no dia a dia. Na escola em que trabalho, nada é mais simples que controlar os alunos frágeis, indecisos, medrosos, sem rumo. Basta estender a mão e ser LEGAL. Já os que ainda se mostram ativos, corajosos, alegres, são bem mais difíceis de dominar. É preciso ser AMIGO, ser simpático, ser até mesmo SINCERO. E leva tempo, muito mais tempo. Tudo que o jovem deprimido pede, aquele que é criado pelas obras de arte niilistas, pelo ateísmo exibicionista e pelo ódio à família, quer, é que o aceitem. Que o protejam. Que lhe ofereçam atenção. Dar isso é fácil e pode ser um ato falso. São muito enganáveis. Já o jovem mais forte ( não encontro palavra mais apropriada ), exige que voce seja forte também. Que seja profissional. Que lhe explique as coisas. Ele dá trabalho. E percebe a mentira. --------------- Que inversão fantástica!!!!! Em certo momento alguém percebeu que O HIPPIE de 1968 era o mais dócil e dominável dos seres, e que o CARETA era um teimoso muito mais complicado. O Hippie pedia apenas AMOR E ESPAÇO PARA SER HIPPIE, o CARETA pedia competência, respeito, segurança, e espaço para crescer. O tipo hippie quer ser criança a vida toda. O careta quer poder. Qual o mais fácil de dominar? ----------------- Me dou muito bem com os maconheiros. Tudo que eles querem é maconha. Só isso. Não os reprima e voce terá seu AMOR para sempre. Já os caretas, os "chatos" que vão à igreja, têm a sorte de ainda ter pais, que trabalham, exigem tanta coisa de mim, que me obrigam a ser esforçado. Ou fugir deles. Há quem faça toda uma carreira na política satisfazendo a auto estima dos hippies. --------------------- Por fim, digo que nada é mais odioso que um cantor no palco ensinando toda uma multidão a ser "choroso, coitadinho, piegas, lamuriento". Eu os odeio. E não tenho pudor algum em ser "mau". A arte é uma festa, uma farra, uma guerra ou uma suruba, jamais um choro de alminhas que não saem do berço. ----------------------- Por favor, me amem menos. Esse o lema que deveria estampar camisetas hoje.