UM DISCO ABSOLUTAMENTE PERFEITO: BRITISH STEEL, JUDAS PRIEST

Uma pesquisa feita pela revista Kerrang! apontou este disco como o segundo mais importante-influente na história do heavy metal. O primeiro sendo Paranoid, óbvio, e o terceiro Rising, do grupo Rainbow ( adoro ). Mas espere!!!! Diz agora meu leitor, voce, que se dizia ROXY, falando de metal? O que houve? Well....agora respondo: Não penso no que houve, apenas sinto. Passei minha vida adulta lendo críticos vomitando que eu NÃO PODERIA E NÃO DEVERIA ouvir este tipo de disco. Então, como sempre quis ser inteligente, obedeci. Mas agora, com a podre falência da crítica, graças a Deus, ousei ouvir heavy metal com a cabeça limpa, como se eu jamais houvesse lido nada sobre o tema. E o que senti? Prazer. Um instintivo e sublime prazer. Depois, pensando, percebi aqui uma maestria em execução e em vocalização. Após meu ano mergulhado nos clássicos era lógico que meus ouvidos se acostumassem a perceber sutilezas. E ao contrário do que os críticos queriam me fazer crer, há aqui sutileza e riqueza musical. Como me disse uma amiga, músicos de metal ouvem música erudita. Todos sabem ler partitura. -------------- British Steel foi lançado em 1980 e catapultou o Judas Priest à condição de sucesso, o que ele não era até então. O disco é influente porque foi aquele que misturou metal com new wave. Ele é veloz, é urgente, não se alonga. Breaking The Law abre o disco e não parece heavy metal. É pop. Bateria e baixo têm a batida da new wave, o vocal é metaleiro e as guitarras são quase punk. Eis estilo novo. Em 1980, ano crucial para o estilo, ano de Iron e Motorhead, o Judas dava sua enorme contribuição. Rapid Fire, a faixa seguinte é uma obra prima. É um punk rock perfeito. Estou viciado nessa música, mas não só nessa. Toda banda de metal dos anos 80 ouviu e estudou muito isto aqui. É um dos mais instigantes riffs já imaginados. A seguir vem Metal Gods. Mais uma perfeição. O refrão é 100% new wave, e todo o resto é metal. Incrível que funciona. A banda, execrada pela crítica, está fazendo a mistura mais improvável de então. Grinder é maravilhosa. Incrível como o disco não cai. O nível continua lá em cima. Grinder tem um refrão chiclete, voce canta o dia inteiro: Grindeeeeer.... United é um hino para o futebol. Inicia como quase um funk infernal e tem um coro à la Queen. É a mais POP. Living after Midnight antecipa Motley Crue e todo metal MTV da década. De Bon Jovi à WASP tudo está aqui. É a faixa menos interessante, mas sua importância é gigantesca. You dont have to be Old to be Wise volta ao metal puro. Um dos pontos chave do disco. Outro refrão inesquecível. Levanta estádio infalível. The Rage é, surpresa, um reggae! Ou melhor, um metal infernal com toques de reggae no baixo. Não é forçado, creia, funciona naturalmente. Steeler, a última faixa, é a melhor. Uma obra prima irretocável. O riff, maravilhoso, corre como um super carro, o vocal nos faz pular sem parar, os solos são curtos e brilhantes, e no final há uma repetição, um looping que é hipnótico. Não dá pra ser melhor que isso. ------------------ Um disco maravilhoso e que eu lamento muito não tê-lo escutado aos 20 anos. Mas...ouço-o repetidamente desde o ano passado. -------------- O looping final está tocando aqui agora. Paro de escrever para poder pular. Delicioso.