DOIS TREMENDOS FILMES DOS ANOS 50

William Wyler é sempre um nome citado pelos diretores de cinema das antigas. Ganhou quatro, sim, 4 Oscars de direção e tem uma carreira irretocável. Wyler não tem um só filme ruim. Ele é menos citado que Hitchcock ou Billy Wilder pelo fato de não ter feito filmes bombásticos. Sua obra é sóbri. Ele foi e é um mestre. Revi DECTETIVE STORY. Um dia numa delegacia de polícia. São mais de 90 minutos, quase todos passados num único set, magníficos. Wyler consegue manter nosso interesse nas alturas. Kirk Douglas é um super policial, duro, violento, obsessivo. Seu mundo rui quando ele descobre um segredo. Ao redor de Kirk uma galeria de personagens inesquecíveis. Um tenente veterano, um dupla de ladrões italianos, uma ladra de classe média, e mais um vasto etc. A câmera impressiona. O filme tem alguns dos mais belo closes do cinema. O cenário, como sempre em Wyler, é personagem do filme, as mesas sujas, as portas que batem, a fúria latente em cada lápis. Há em toda a fita uma faísca que nunca se apaga. O filme é elétrico, incisivo e politicamente bem incorreto. Kirk é perfeito nesse tipo de papel: o cara torturado, impaciente, prestes a explodir. O filme é mais uma obra prima de William Wyler. ---------- Vi também CONSPIRAÇÃO DO SILÊNCIO. Spencer Tracy, velho e sem um braço, chega numa cidade minúscula no meio do nada. Toda a população esconde um crime. Robert Ryan é o criminoso e todo filme com Ryan é sempre um primor. Tenso, viril, seco, um tipo de western do século XX. John Sturges dirigiu e Sturges foi um dos grandes diretores de ação. É um filme sem um só momento morto. É curto, é direto, é exato. Veja!