CONCERTO PARA PIANO 2. BRAHMS.
Harmonia, ritmo e melodia, as 3 bases da música, os 3 pilares que podem ser desafiados ou melhorados. ( O timbre está presente nos 3 e é a sombra da música ). Em seu Concerto para Piano e Orquestra número 2, Johannes Brahms atinge um dos auges da melodia. Ouço na execução solo do chileno Claudio Arrau e com a Orquestra da Philadelphia sob a batuta de Carlo Maria Giulini. Para quem é novato no assunto, todos eles são dos maiores. A gravação é da EMI, nos míticos estúdios de Abbey Road, em 1963, ou seja, um certo quarteto estava começando a mudar tudo não só lá dentro, mas no mundo inteiro. --------------------- Uma trompa começa o concerto em melancolia. Mas o clima logo muda. É uma obra que muda sem parar e sem pressa. Melodias são criadas incessantemente. Será 4 movimentos e 50 minutos de música. Nem um micro segundo sem invenção. ------------ O terceiro movimento é o mais lindo. Brahms cria ao piano um fragmento de diamante sonoro, e como tal, brilha para sempre. O piano divaga mas não se perde, entra em nuvens de melancolia mas não nos entristece. Quando surge o quarto e último movimento, o que ouvimos é a melodia que encerra e traz a conclusão perfeita da obra. Brahms faz o certo, cria beleza que é como uma ordem de justiça sonora. Aquele que era chamado de "rival de Wagner" chega a serena confiança. Da alma do autor flui uma linha, linha que se transformam em correntes infinitas, de beleza séria. Brahms nunca é romantico. Ele cria sob controle, por isso o chamo de "correto", correção sendo aqui um imenso elogio. Ele escolhe o acerto. Pensa no que faz. E sabe como fazer e onde chegar. O concerto é uma obra-prima, talvez o maior concerto para piano da história. Brahms é inevitável. ---------- BRAVO!