ANTON BRUCKNER

Bruckner é a prova de que genialidade musical independe de cultura refinada. Nasceu no interior da Austria, viveu até os 40 anos na pobreza, trabalhando como professor de aldeia e tocando orgão na igreja local. Então, de repente, descobrem suas composições, e sua vida muda ( mas não sua mente ). Wagneriano, ele faz sucesso entre alguns músicos e escritores, e se não se torna uma estrela, se faz um sucesso entre entendidos. Morre ao fim do século XIX e durante o século seguinte sua fama cresce. Ouço-o hoje. --------------------------- A Quarta Sinfonia de Bruckner. Dizem ser longa e dificil. Dizem que toda sua música é hiper cristã, Bruckner é o único compositor de sua época que crê sem duvidar jamais. Ele compôe para Deus. Não o Deus bonzinho, mas o Deus combativo e guerreiro. Dizem também que ele, devido a sua pouca instrução musical, compôe para a orquestra como se fosse para o orgão. Ou seja, tudo soa em uníssono, cada naipe orquestral soando como um acorde no teclado. ---------------- Consigo Bruno Walter e a Orquestra da Columbia. Gravação de 1960. --------------------------- A sinfonia dura 78 minutos. Longa. Mas nunca cansativa. É grave, extremamente sisuda, e séria, muito séria. As cordas soam como uma armada de anjos com espadas e punho. É belo e é original, Bruckner tem um som só dele. Mas....há um momento, quando os metais entram....é maravilhoso! Nunca escutei nada parecido. Imagine as trombetas dos anjos do apocalipse. É isso. A orquestra invade nossa mente com uma sonoridade bíblica. Estupendo! -------------------- Então somos pegos pela obra. E ela é árida, seca, dura, e linda. Movimentos se repetem ao infinito, ela faz um looping sem porque, mas voce não desiste de a seguir até seu final. É uma das mais originais sinfonias de seu tempo. Obrigatória.