NIRVANA E BEASTIE BOYS
Tenho revisitado os anos 90 e não há como fazer isso sem topar com Nevermind e Ill Communication. Um disco,
o do Nirvana, é profundamente retrô, pois em 1991 ele advogava a volta ao bom e velho punk de 1978. Kurt Cobain,
talento imenso, era um apaixonado pelo rock dos anos 70. O disco é um cuspe no POP de seu tempo.
Ouvindo ele em 2020 sentimos estar ouvindo quase tudo que foi feito depois. Toda banda, desde então, que deseje
parecer raivosa, bebeu nesta fonte. Caramba! São já 30 anos! E ainda todo moleque de 15 anos soa como eles ao tocar
na garagem.
A diferença é que em 1991 o rock era muito relevante. Basta lembrar que entre 90 e 92 os LPs que mais vendiam eram
coisas como Achtung Baby, Black Album do Mettalica e Sex Sugar Blood Magik dos RHCP. Rock vendia aos milhões.
Nevermind veio na hora certa. Explodiu.
Já o disco dos Beastie Boys procura apontar pra frente. É tão bom que parece um esbanjamento. Não é o melhor disco
deles porque existe Pauls Boutique, mas caramba, que disco foda! Não há um só segundo em que eles percam o fôlego!
Ouvir os dois juntos não me deu nostalgia nenhuma.
Foi como celebrar alguma coisa viva.
Muito viva.