SOBRE CRIANÇAS E GUERRAS

   Um tema muito duro de abordar é o da pedofilia. Se você, como eu, não milita contra esse mal, deve estar por fora do que está rolando. Creia, existem grupos na internet que lutam para dar à esse crime o mesmo status do usuário de drogas, um doente que deve ser tratado e não um criminoso. Ele é um doente? Sim, sem dúvida. Mas não seríamos doentes todos nós, desde o fumante até o serial killer?
  O problema não é mudar o status do crime, mas sim transformar o pedófilo ocasional em um tipo de "doentinho que juro que tá se tratando em psiquiatra". Para fazer isso, esquerda e direita, entendam, os mais idiotas da direita e os mais imbecis da esquerda, usam dois discursos que ao fim se completam.
  Para a direita, tudo se resume em olhar o passado. Gregos e romanos se divertiam com crianças, e foi apenas nos últimos 200 anos que isso se tornou um crime. É "histórico". Graças à Deus esse modo de pensar é individual, não tem se tornado um movimento organizado. Sua base de raciocínio é medíocre. Assim fosse eu poderia ter escravos, pois a escravidão só se tornou crime a dois séculos. Duelos ainda ocorreriam e condenados seriam enforcados na praça pública. Tudo foi "histórico".
  Já a esquerda usa o velho slogan de sempre: A inocência infantil é uma invenção burguesa. Olhar a criança como ser sagrado faz parte da filosofia do lar vitoriano. Se devemos destruir tudo o que esse lar, repressor e opressor, significa, devemos também dar à criança "seu direito de ser agente sexual". ( Me doi ter de escrever tamanhas bobagens ).
  Eu não queria crer que existisse grau tão grande de perversidade assumida, mas amigos conservadores me deram o endereço no youtube de um dos grupos. Tem no face também.
  Nos USA, e nossa mídia não divulga, está acontecendo um grande processo. Um fornecedor de "menores disponíveis" foi preso. Ele se matou na prisão, mas sua sócia resolveu abrir a boca. De políticos famosos à atores de Hollywood ( um deles com fama de bom pai ), todos estão envolvidos nessa rede mundial de pedofilia. Jamais darei nomes enquanto não forem julgados e presos. Tenho ética.
  Vivemos o começo de um século. E, como todo começo, as paixões, boas e ruins, se exacerbam. No começo do XIX houve Napoleão e a revolução romântica. O Ego como força maior da vida. No começo do XX houve a revolução russa e as guerras, o Ego sendo subjugado pelo coletivismo dos "ismos". Agora não há como saber o que está em jogo. É preciso algum distanciamento. Arrisco, e devo estar errado, em dizer que há uma luta entre o infantilismo mais vaidoso e delirante, o desejo como poder "mágico", e a caricatura da maturidade, vista como uma espécie de coragem sem culpa.
  O que é certo é que não haverá uma repetição. Nada mais de revoluções, nada mais de romantismos, nada mais de iluminismos. Apesar dos gritos, não faz mais sentido falar em luta de classes ou em ditadura da igreja. São palavras vazias, restos vomitados de slogans que morreram a mais de 40 anos.
  A briga entre brancos e negros nos USA é artificial. Uma tentativa de trocar a luta de classes, que não cola mais, pela luta racial. Artificial porque feita na nação errada. Não há lugar no planeta onde o negro viva melhor que nos EUA. Não há cultura negra mais amada que nos EUA. Falar em supremacia branca nos USA não faz agora sentido nenhum. Simplesmente porque não existe uma cultura puramente branca dentro do país. Supremacia branca existe na Russia. Ou na China. Suécia. Talvez até na Itália. Países onde um negro ainda é visto com alguma estranheza. Ser um negro hoje nos EUA é ser mais americano que qualquer outro. O americano típico é hoje uma negra.
  Comecei falando de crianças e termino falando de guerra racial. Faz todo sentido. O mundo é uma sopa. Espere esfriar e prove o sabor. Mas espere esfriar por favor.