O QUE VALE

   Postei um clip de John Lennon abaixo. E já aviso que este post é muito mais mal escrito que meu habitual. Lets go...
   John Lennon em seus melhores momentos é de uma simplicidade absoluta. Ao contrário de Paul, ele não é um melodista natural. E portanto, não tem a mania de Paul de harmonizar tudo, colocar uma coisinha a mais. Simples, porém...
   Um amigo me diz que a emoção em John era tão real que ele conseguia fazer algo de muito raro: passar emoção verdadeira em dois acordes. Isso acontece nos primeiros toques no piano em Jealous Guy. E acontece aqui. Os primeiros acordes de Watching the Wheels transmitem automaticamente a emoção que John sente. Acordes simples, emoção complexa. As teclas falam: O tempo passa. Nada é fácil. Mas vamos levando. Ele achou a paz.
  John Lennon envelheceria lindamente. O tipo de música que ele sabia fazer encaixaria perfeitamente em sua maturidade. Perdemos o cara que iria fazer as melhores canções sobre envelhecer.
  Quando a canção acaba me sinto aberto. E escrevo isto só pra dizer que o que vale é amar. Neste meu blog tenho falado de amor todo o tempo, caso voce não perceba.
  Filmes que amo, discos, escritores, lembranças de dias em minha vida plenos de amorosa memória. Todos esses amores são reais, mas nenhum se compara ao amor romântico, o amor por sua companheira. O amor por seu amor.
  Alguns artistas, poucos de fato, me fazem lembrar disso. Da centralidade do amor erótico. Yeats, Bryan Ferry, Keats...e John Lennon, um cara com o qual tenho uma relação de ódio-amor. ( Por sua vaidade e pretensão que tanto o estragou ).
  Já começo a racionalizar, o momento já passou.
  Este o modo de ser do amor. Ele passa. É impermanente. Mas deixa o rastro da memória. E a memória, queridos, é aquilo que nos constrói.