O HOMEM INVISÍVEL - H.G. WELLS

    Viagem no tempo, homem invisível, invasão de discos voadores...engraçado como os temas de Wells são, dentre os autores que inauguraram aquilo que viria a ser a sci fi, aqueles que provavelmente jamais serão realidade. Jules Verne falou sobre voltas ao mundo e idas à Lua, e bem ou mal, eles aconteceram. George Orwell e Aldous Huxley previram ditaduras do prazer ou um mundo hiper vigiado, e acertaram, mas Wells, logo o mais social dentre todos eles, não. Provável que viajar no tempo seja inviável e que ser invisível seja impossível. Para sempre.
   O livro é uma espécie de pesadelo lúgubre. O Homem Invisível é violento, desagradável e infeliz. Há ótimas descrições da vida simples nas pequenas cidades inglesas e Wells dá ritmo frenético à tudo.
  H.G. Wells foi famoso, muito famoso. Ao falecer, nos anos 50, era quase um mito. De origem muito pobre, enriqueceu escrevendo, mas jamais esqueceu sua origem. Ele foi um dos primeiros autores a temer o futuro. Sua mensagem acabou por dar o tom que prevalece ainda hoje: o futuro científico promete exploração e desastre. Eu pessoalmente discordo disso. Penso que o mundo nunca teve tão pouca doença e tão pouca fome. Interessante...noto agora que houve um momento, antes da TV e do rádio, que estar em casa era conversar e ler. Fins do século XIX até mais ou menos os anos 30, foi a era de ouro do conto, da novela, do romancista popular. Tempo de Sherlock Holmes, Father Brown, do começo do conto policial e de horror, do conto em lugares exóticos, de Tarzan, Joseph Conrad, O.Henry, da popularização de Poe, Bram Stoker, Agatha Christie, Le Blanc, Twain. E de Wells.