Grande comoção geral pela morte de Ennio Morricone. Já aviso que não sou fã. Ele compôs as trilhas dos westerns que todo mundo conhece e que todo mundo acha as melhores já feitas para westerns. Não são. Elmer Bernstein e Jerome Morros compuseram coisa bem melhor. Isso não significa que não goste da música dos tais filmes. Como não gostar? Como bom italiano, ele mistura tudo numa receita que acaba dando certo. Tem as guitarras de James Bond com vozes de Burt Bacharach. Percussão de Yojimbo com melodia de Max Steiner. Deu certo. E por ser....cômica? O povo ama.
Desde Wagner muita gente comenta que música italiana é sempre melada. Ennio fez algumas trilhas apelativas que pra mim são imperdoáveis. O italiano sempre quer uma lágrima sua. Ele se esforça por isso. A arte do país foi destruída muitas vezes por essa mania de achar que a lágrima é o maior dos prêmios. Rossini, Mascagni, Leoncavallo, até Vivaldi às vezes caía nisso. Verdi se deixou tomar também.
Nino Rota foi muito maior que Ennio. Tão melado quanto, mas muito mais belo. Nino voava.
Um nobre amigo me manda o disco novo de Bob Dylan. Surpresa! Bob melhorou a voz. Ele não tenta mais cantar. Ele ruge. O disco todo é um leão velho emitindo ainda seus urros guturais. É rock n roll puro. Bob é da geração que ainda faz rock não parecer paródia. Isso porque essa gente nascida entre 1940-1950 ouviu rock e só rock como referência. Não adquiriram o distanciamento que faz com que todo músico de rock nascido em 1960 ou 1990 pareça sempre estar reinterpretando criticamente algo já feito antes. O que é verdade.
Quando Bob fala de Jimmy Reed ele fala como quem conheceu Reed. Dylan e MacCartney. A idade nunca foi inimiga da arte. Pensava-se que seria ridículo cantar rock aos 40. Townshend e Jagger diziam isso num tempo em que ninguém tinha 30. Hoje a gente sabe que não. Dylan gravou discos aos 30 anos muito ruins. E desde que fez 60 tem acertado muito.
Me inquieta saber que algum imbecil irá dizer que Dylan é apenas um judeu branco macho. Mas quer saber? Isso vai passar! Este é um novo século, o XX se foi, e é normal que se tentem novos modos de viver e pensar. O lixo irá sumir e o que vale será preservado. Dylan será como Shelley ou Whitman. O novo século o poupará.
Desde Wagner muita gente comenta que música italiana é sempre melada. Ennio fez algumas trilhas apelativas que pra mim são imperdoáveis. O italiano sempre quer uma lágrima sua. Ele se esforça por isso. A arte do país foi destruída muitas vezes por essa mania de achar que a lágrima é o maior dos prêmios. Rossini, Mascagni, Leoncavallo, até Vivaldi às vezes caía nisso. Verdi se deixou tomar também.
Nino Rota foi muito maior que Ennio. Tão melado quanto, mas muito mais belo. Nino voava.
Um nobre amigo me manda o disco novo de Bob Dylan. Surpresa! Bob melhorou a voz. Ele não tenta mais cantar. Ele ruge. O disco todo é um leão velho emitindo ainda seus urros guturais. É rock n roll puro. Bob é da geração que ainda faz rock não parecer paródia. Isso porque essa gente nascida entre 1940-1950 ouviu rock e só rock como referência. Não adquiriram o distanciamento que faz com que todo músico de rock nascido em 1960 ou 1990 pareça sempre estar reinterpretando criticamente algo já feito antes. O que é verdade.
Quando Bob fala de Jimmy Reed ele fala como quem conheceu Reed. Dylan e MacCartney. A idade nunca foi inimiga da arte. Pensava-se que seria ridículo cantar rock aos 40. Townshend e Jagger diziam isso num tempo em que ninguém tinha 30. Hoje a gente sabe que não. Dylan gravou discos aos 30 anos muito ruins. E desde que fez 60 tem acertado muito.
Me inquieta saber que algum imbecil irá dizer que Dylan é apenas um judeu branco macho. Mas quer saber? Isso vai passar! Este é um novo século, o XX se foi, e é normal que se tentem novos modos de viver e pensar. O lixo irá sumir e o que vale será preservado. Dylan será como Shelley ou Whitman. O novo século o poupará.