Acompanho vários grupos de direita nas redes sociais. A maioria mal sabe o que seja conservadorismo. Os membros variam entre um anti socialismo difuso e um liberal capitalismo histérico. Não é diferente nos grupos de esquerda. Quase todos querem o melhor do capitalismo com um leve verniz de "bondade social", seja lá isso o que for. Nos grupos de direita, apenas uma vez encontrei alguém que falou a mais profunda das realidades, ele tocou no grande acordo feito nos anos 80. O acordo que selou o fim da história.
Explico isso agora, ok?
Até os anos 70, ser comunista era querer o fim do capitalismo. A Sony ou a Ford seriam tomadas pelo Estado. Operários assumiriam as fábricas. Todo cidadão seria um funcionário do estado. Para atingir esse fim, era usada toda tática possível. Terrorismo e sabotagem faziam parte. Mas vieram os anos 80, época de Thatcher, Reagan e João Paulo II. E houve um acordo geral, o tal do final da história de que falava Fujyama. O mundo, em quase sua totalidade, seria um meio termo, nem conservador, nem socialista. Revoluções e mudanças radicais seriam eliminadas do mapa mundial. A direita caberia aceitar o liberalismo de costumes e o ateísmo dos socialistas light, e a esquerda, em troca, nunca mais falaria em estado totalitário. A agenda da direita liberal incorporaria valores como ecologia, feminismo e igualdade racial, e a agenda da esquerda eliminaria de suas aspirações a estatização de bancos e de fábricas. A esquerda iria começar a tolerar a democracia burguesa. Havendo esse acordo, todo conflito entre os dois campos seria apenas sobre hábitos e costumes, e nunca mais sobre economia e poder. Nas eleições, vencendo a direita, a única novidade seria uma menor tolerância a aborto ou drogas, vencendo a esquerda, menor tolerância a armas ou individualismo radical. Pura perfumaria. O Sistema estaria sempre seguro.
Não é necessário te dizer que nesse mundo, grandes empresas como Microsoft ou Bayer, podem ter uma postura de esquerda. Vende bem entre jovens e é uma posição segura, suas empresas jamais serão do estado. Hoje, todo grande capitalista venderá uma imagem de esquerdista se for esperto, falará em proteger o ambiente e diante da imprensa irá atacar o direitista da hora. Já os esquerdistas, facilmente iludidos, acharão cada vez mais que ser de esquerda é apenas defender negros pobres e apoiar o aborto. Não percebem mais que tudo isso está inserido dentro do grande capital. Droga liberada, festinhas de arte e mulheres poderosas dentro do Sistema de lucro e venda. Sem perigo nenhum. O Itaú adora.
Comunistas tradicionais não têm vez nesse mundo. Assim como conservadores verdadeiros. Os comunistas esperam uma revolução que jamais virá. E querem crer que as ditaduras militares de Coreia e China são um tipo de comunismo. Já os conservadores, fatalistas por natureza, sabem que seu tempo passou. Insistem em se fazer ouvir, mas percebem que sua mensagem não agrada quase ninguém. Porque ela fala em deveres e obrigações. Não em desejos.
É um mundo que desistiu de mudar. E que muda sem cessar. Muda em aparência. Muda para mudar cada vez menos. Por isso não espere um novo mundo pós epidemia. Farão propagandas lindas. Falarão da paz universal. E venderão produtos capitalistas como nunca.
Explico isso agora, ok?
Até os anos 70, ser comunista era querer o fim do capitalismo. A Sony ou a Ford seriam tomadas pelo Estado. Operários assumiriam as fábricas. Todo cidadão seria um funcionário do estado. Para atingir esse fim, era usada toda tática possível. Terrorismo e sabotagem faziam parte. Mas vieram os anos 80, época de Thatcher, Reagan e João Paulo II. E houve um acordo geral, o tal do final da história de que falava Fujyama. O mundo, em quase sua totalidade, seria um meio termo, nem conservador, nem socialista. Revoluções e mudanças radicais seriam eliminadas do mapa mundial. A direita caberia aceitar o liberalismo de costumes e o ateísmo dos socialistas light, e a esquerda, em troca, nunca mais falaria em estado totalitário. A agenda da direita liberal incorporaria valores como ecologia, feminismo e igualdade racial, e a agenda da esquerda eliminaria de suas aspirações a estatização de bancos e de fábricas. A esquerda iria começar a tolerar a democracia burguesa. Havendo esse acordo, todo conflito entre os dois campos seria apenas sobre hábitos e costumes, e nunca mais sobre economia e poder. Nas eleições, vencendo a direita, a única novidade seria uma menor tolerância a aborto ou drogas, vencendo a esquerda, menor tolerância a armas ou individualismo radical. Pura perfumaria. O Sistema estaria sempre seguro.
Não é necessário te dizer que nesse mundo, grandes empresas como Microsoft ou Bayer, podem ter uma postura de esquerda. Vende bem entre jovens e é uma posição segura, suas empresas jamais serão do estado. Hoje, todo grande capitalista venderá uma imagem de esquerdista se for esperto, falará em proteger o ambiente e diante da imprensa irá atacar o direitista da hora. Já os esquerdistas, facilmente iludidos, acharão cada vez mais que ser de esquerda é apenas defender negros pobres e apoiar o aborto. Não percebem mais que tudo isso está inserido dentro do grande capital. Droga liberada, festinhas de arte e mulheres poderosas dentro do Sistema de lucro e venda. Sem perigo nenhum. O Itaú adora.
Comunistas tradicionais não têm vez nesse mundo. Assim como conservadores verdadeiros. Os comunistas esperam uma revolução que jamais virá. E querem crer que as ditaduras militares de Coreia e China são um tipo de comunismo. Já os conservadores, fatalistas por natureza, sabem que seu tempo passou. Insistem em se fazer ouvir, mas percebem que sua mensagem não agrada quase ninguém. Porque ela fala em deveres e obrigações. Não em desejos.
É um mundo que desistiu de mudar. E que muda sem cessar. Muda em aparência. Muda para mudar cada vez menos. Por isso não espere um novo mundo pós epidemia. Farão propagandas lindas. Falarão da paz universal. E venderão produtos capitalistas como nunca.