Leio matéria muito boa, gringa, sobre os hábitos de diversão dos millenials. Esse povinho deprimido nascido de 1998 pra cá. Sim, eles são down e sabem disso. Nasceram no fim dos anos 90, sem ilusões e sem sonhos. São filhos de pais que foram nos shows de Madonna e de Prince. Não têm contra o que se rebelar. Mas, como jovens que são, sentem o desejo de rebelião. Se rebelam contra a própria vida. A existência neste planeta.
O foco da matéria é a noite. Pela primeira vez, desde antes de 1900, uma geração não sente a menor atração por vida boêmia. Não que eles sejam saudáveis, não são, mas noite pra eles só é legal se for numa série sobre vampiros. Ou numa boate de divas em 1920. Sair como o povo que hoje tem 30 saía não os interessa. Eles simplesmente não têm dinheiro pra beber a preços ridículos e passar mal em casa. Ou acordar ao lado de um corpo desconhecido.
Eles bebem muito e fumam maconha. Mas isso tudo é feito na casa de amigos ou na rua. Eles amam a rua, andar por aí. E se reunir entre amigos para jogar games e ver séries. Nada de balcão de bar ou pista de dança. É uma geração que não sabe lidar com garçons e com passos de dança.
Saio com uma amiga de vinte anos. E ela não vê nada de especial em ir num local para dançar ou pior, para ficar louco. São práticos: saem para fazer alguma coisa. Tipo comer. Ou ir ao cinema. Ou ver um show. Sair pra sair, não. Ela prefere programas diurnos. Ir onde nunca foi. Tirar fotos. Comprar coisas. Sair deve ter um objetivo. São práticos. Nasceram sabendo que desperdício é um pecado. Principalmente de tempo.
É uma geração que faz sexo sem grandes dramas. E sem grandes prazeres também. Um beijo é gostoso. Uma transa é deliciosa. Mas o amor não se define nisso. Ele vive na conversa, nos gostos em comum, no fazer coisas juntos. Até nisso aparece a praticidade. O amor vem junto com objetivos. Não nasce numa noite de prazer.
Nos anos 80 eu era uma anomalia. Preferia sair de dia. Adorava andar sem rumo. E não via o porque de ir numa balada. Só me apaixonava por amigas. E tinha de ser amigo, pois eu nunca soube paquerar. Nisso tudo fui precursor dos millenials. A diferença crucial é que beijo pra mim é ainda algo mágico, íntimo e muito importante. E uma noite de sexo é compromisso. Well...de qualquer modo eu os entendo bem e confesso adorar o modo como sentem a vida. Até sua depressão eu entendo, é a minha, uma revolta contra a condição biológica da vida, não contra "o patriarcado" ou "o feminismo".
Estou de volta.
O foco da matéria é a noite. Pela primeira vez, desde antes de 1900, uma geração não sente a menor atração por vida boêmia. Não que eles sejam saudáveis, não são, mas noite pra eles só é legal se for numa série sobre vampiros. Ou numa boate de divas em 1920. Sair como o povo que hoje tem 30 saía não os interessa. Eles simplesmente não têm dinheiro pra beber a preços ridículos e passar mal em casa. Ou acordar ao lado de um corpo desconhecido.
Eles bebem muito e fumam maconha. Mas isso tudo é feito na casa de amigos ou na rua. Eles amam a rua, andar por aí. E se reunir entre amigos para jogar games e ver séries. Nada de balcão de bar ou pista de dança. É uma geração que não sabe lidar com garçons e com passos de dança.
Saio com uma amiga de vinte anos. E ela não vê nada de especial em ir num local para dançar ou pior, para ficar louco. São práticos: saem para fazer alguma coisa. Tipo comer. Ou ir ao cinema. Ou ver um show. Sair pra sair, não. Ela prefere programas diurnos. Ir onde nunca foi. Tirar fotos. Comprar coisas. Sair deve ter um objetivo. São práticos. Nasceram sabendo que desperdício é um pecado. Principalmente de tempo.
É uma geração que faz sexo sem grandes dramas. E sem grandes prazeres também. Um beijo é gostoso. Uma transa é deliciosa. Mas o amor não se define nisso. Ele vive na conversa, nos gostos em comum, no fazer coisas juntos. Até nisso aparece a praticidade. O amor vem junto com objetivos. Não nasce numa noite de prazer.
Nos anos 80 eu era uma anomalia. Preferia sair de dia. Adorava andar sem rumo. E não via o porque de ir numa balada. Só me apaixonava por amigas. E tinha de ser amigo, pois eu nunca soube paquerar. Nisso tudo fui precursor dos millenials. A diferença crucial é que beijo pra mim é ainda algo mágico, íntimo e muito importante. E uma noite de sexo é compromisso. Well...de qualquer modo eu os entendo bem e confesso adorar o modo como sentem a vida. Até sua depressão eu entendo, é a minha, uma revolta contra a condição biológica da vida, não contra "o patriarcado" ou "o feminismo".
Estou de volta.