CAPITÃO FANTÁSTICO E OS HIPPIES DOS ANOS 90.

   Os hippies dos anos 60 eram drogados. E acreditavam na união. Tudo para eles era em grupo. Pensavam estar mudando o mundo. E mudaram. Talvez para pior.
  Os filhos desses hippies foram os materialistas dos anos 80. Eu fui um deles. Negaram os pais sendo realistas. Os anti românticos. Ciência, grana e pó.
  Nos anos 90 os irmãos mais novos dos caras dos anos 80 reabilitaram os hippies. Mas eram hippies pouco românticos. Estranhamente eram individualistas. No lugar de comunidades hippies, queriam seguir sozinhos pela estrada. As drogas não existiam como possibilidade de crescimento, mas sim como prazer. Os hippies queriam um mundo novo. Os caras dos anos 90 queriam um mundo melhor. Preservar e não destruir. Reciclar.
  Hippies originais plantavam e eram pacifistas. Os novos hippies caçavam e tinham uma postura de briga. As batas indianas substituídas por roupas camufladas.
  Este filme, bastante ruim, fala desses hippies. Um pai, que pensa ser liberal, e que na verdade é um ditador, cria seus filhos no mato. O filme fica em cima do muro. Não tem a coragem de o ridicularizar. Tenta agradar. Se torna ridículo.
  São hippies que trocaram flores por facas, Walt Whitman por Noam Chomsky, anarquismo por maoísmo. Eles passam o tempo lendo, lendo e lendo. Depois caçam e tocam violão. E roubam. Claro. Estão a um passo do terrorismo. E o filme, fofo, evita mostrar isso. É doente.
  Lixo.
  Me decepciona ver que há gente boba o bastante para levar tamanha porcaria a sério.