AZEITONAS - MORT ROSENBLUM

   Por volta de 1999 a editora Rocco lançou uma série de livros sobre boa vida. Comprei na época 15 dessa coleção de 21. Os de Peter Mayle são deliciosos, mas nenhum é ruim. Este encontrei agora, num sebo. Rosenblum compra uma casa na Provence e topa com oliveiras no quintal. Passa a se interessar e escreve este livro.
   Ele começa delicioso, mas depois vira livro denúncia e perde força. A civilização do Mediterrâneo é descrita com beleza e verdade. O amor dos antigos pela árvore, sua presença em obras de arte, poesia, na Biblia. O calor do azeite, o valor comercial, o milagre que é uma árvore que resiste ao fogo, a inundações, pragas, que vive 500, 1000 anos. Mas depois ele viaja pelo mundo do azeite: Itália, Espanha, Tunisia, Palestina, Turquia e Grécia ( ele ignora Portugal, afinal, Portugal é Atlântico ). A Espanha é de longe o maior produtor de azeite do mundo. E a Itália é o grande vilão. O país compra azeite do mundo todo, mistura tudo e bota no rótulo made in Italy. Os melhores azeites seriam os franceses e os israelenses-palestinos, mas ambos são difíceis de achar.
  Há também a defesa da dieta mediterrânea, a dieta que salva o coração. Azeite, vinho e pão. Alho, cebolas e peixe. Mas Rosenblum deixa uma dúvida: os tais mediterrâneos viveriam muito por causa do sol, da vida mais lenta, do tempo, do ar. Como em NY ou Tokyo não se pode mudar o ambiente, passa a se acreditar na dieta dos povos mais solares...