INTO THE DARK, THE HIDDEN WORLD OF FILM NOIR, 1941-1950. - MARK A. VIEIRA

   Um livro sobre cinema, principalmente sobre o filme noir, precisa ter boas fotos. Este tem algumas das melhores fotos. E numa impressão perfeita. O preto e branco brilha e exala todo seu mistério sombrio.
  Para o autor, o filme noir começa em 1941 com Cidadão Kane e acaba em 1950, com Sunset Boulevard ( O Crepúsculo dos Deuses ). Claro que não concordo. Para mim em 1938 já existiam filmes noir e depois de 1950, até 1955, foram feitos mais filmes desse tipo. Mas tudo isso pode se discutir.
  O certo é que nunca houve um movimento proposital, um estilo cinema noir. O livro traz críticas dos filmes feitas na época, além de entrevistas e comentários de donos de cinema colhidos entre 1941-1950. Nesse tempo, o que conhecemos como filme noir era chamado de "drama policial" ou até "melodrama violento". Os críticos consideravam os filmes apelativos, violentos demais, imorais, e nada, nada críveis. Eram considerados exagerados. Falsos.
  O termo foi inventado pelos críticos franceses que se maravilharam com aqueles filmes urbanos, tão americanos, cheios de carros, armas, homens amargos e mulheres muito ruins. John Huston, Robert Wise, Anthony Mann, Robert Siodmak, Otto Preminger, Fritz Lang, Billy Wilder, esses são alguns dos caras que lapidaram esse estilo. Out Of The Past de Jacques Tourneur talvez seja hoje visto como o ápice do estilo, mas The Killers, D.O.A, e Gun Crazy também podem almejar essa honra.
  Um amante sério, verdadeiro, de cinema, sempre terá o filme noir como seu estilo mais central. Dá pra entender um amante de filmes que tenha um certo pé atrás com musicais, faroeste ou cinema mudo; mas o noir é imperdoável. Não se apaixonar por aqueles diálogos, as imagens, as surpresas, é como amar jazz e ignorar Miles, ou amar rock e deixar The Who de lado.
  Grande livro. Grande presente.