Poucas coisas foram piores no século XX que a transformação da Imaginação em brincadeira ou brinquedo. Tão ruim quanto, foi a afirmação da Razão como um tipo de fetiche ou de superstição. É disso que trata este livro. Lewis foi um homem de letras, professor, escritor, que lutou pela reconciliação. Ele via nossa vida como um Todo. Imaginação e razão, fé e conhecimento, intuição e experiência, tudo isso unido dentro de uma alma individual. E existindo fora, no universo. A imaginação como um poder central, uma verdade, um conhecimento intuitivo. Mas o livro é muito mais.
Cerca de 50 intelectuais escrevem sobre Lewis. Cada um pega um tema ( obras, poemas, filosofia, teologia, politica.... ) e analisa Lewis dentro desse campo. Os textos são críticos. Nunca elogios vazios. O que salta desse volume de escritos é precioso. Ele nos faz pensar. Melhora nossa visão. E para mim descortinou todo um campo, imenso, de saber que eu desconhecia. Nosso mundo intelectual, este do século XX ( ainda ele ), desvaloriza e sente imenso preconceito contra todo tipo de razão que leve em conta imaginação e intuição. Nossos gurus são incapazes, e se orgulham disso, de pensar em termos unos. Para eles a razão exclui a imaginação e a lógica mata a intuição. Eles se esquecem que seus gurus, Shakespeare, Giordano Bruno, Montaigne ou Espinoza pensavam no modo harmônico. Eram homens de antes da ruptura que dividiu a mente e a alma em campos desarmônicos. Eram inteiros.
O livro portanto me exibiu uma série de pensadores que conseguem raciocinar em termos integrais. Procuram aceitar a totalidade. Não são discriminadores. Mas posso falar mais sobre este belo volume. Posso falar sobre a palavra alemã que designa um estado de espírito " Onde desejamos sabendo jamais satisfazer esse desejo, e mesmo assim esse desejo é mais prazeroso que uma satisfação."
Posso falar sobre o ateu Lewis, ateu radical que zombava de Deus, e o modo como ele se converteu, lento e doloroso. Posso ainda contar que sua explicação sobre o porquê da existência do mal é engenhosa e racional, quase convence, e dá um sentido à dor.
Lewis tem principalmente vários pontos de afinidade comigo, talvez o principal a condenação que ele faz ao niilismo. O mal irremediável que se esconde num certo tipo de arte que transforma o homem em menos que um inseto e faz da vida um estrumeiro. Essa arte é profundamente imoral, pois ela destrói por destruir, nada traz de novo ou de bom. Ela é fácil de fazer, falsa em sua profundidade covarde e fake, tola em sua moral amoral. Posa de tudo aquilo que não é. É lixo.
Mas não se trata de uma censura. Ela existe e sempre existiu. O problema é que esse niilismo se confunde hoje com A Verdade. É como se toda arte tivesse a obrigação de ser sórdida para ser séria. Ou pior, propagar o mal para poder ser considerada inteligente.
Inteligência é alegria. Nunca tal qualidade foi considerada uma dor. Hoje é.
A grande mensagem do livro é essa. A vida é uma alegria. Viver é um sorriso.
Neste século, nada pode ser mais revolucionário que a alegria.
Cerca de 50 intelectuais escrevem sobre Lewis. Cada um pega um tema ( obras, poemas, filosofia, teologia, politica.... ) e analisa Lewis dentro desse campo. Os textos são críticos. Nunca elogios vazios. O que salta desse volume de escritos é precioso. Ele nos faz pensar. Melhora nossa visão. E para mim descortinou todo um campo, imenso, de saber que eu desconhecia. Nosso mundo intelectual, este do século XX ( ainda ele ), desvaloriza e sente imenso preconceito contra todo tipo de razão que leve em conta imaginação e intuição. Nossos gurus são incapazes, e se orgulham disso, de pensar em termos unos. Para eles a razão exclui a imaginação e a lógica mata a intuição. Eles se esquecem que seus gurus, Shakespeare, Giordano Bruno, Montaigne ou Espinoza pensavam no modo harmônico. Eram homens de antes da ruptura que dividiu a mente e a alma em campos desarmônicos. Eram inteiros.
O livro portanto me exibiu uma série de pensadores que conseguem raciocinar em termos integrais. Procuram aceitar a totalidade. Não são discriminadores. Mas posso falar mais sobre este belo volume. Posso falar sobre a palavra alemã que designa um estado de espírito " Onde desejamos sabendo jamais satisfazer esse desejo, e mesmo assim esse desejo é mais prazeroso que uma satisfação."
Posso falar sobre o ateu Lewis, ateu radical que zombava de Deus, e o modo como ele se converteu, lento e doloroso. Posso ainda contar que sua explicação sobre o porquê da existência do mal é engenhosa e racional, quase convence, e dá um sentido à dor.
Lewis tem principalmente vários pontos de afinidade comigo, talvez o principal a condenação que ele faz ao niilismo. O mal irremediável que se esconde num certo tipo de arte que transforma o homem em menos que um inseto e faz da vida um estrumeiro. Essa arte é profundamente imoral, pois ela destrói por destruir, nada traz de novo ou de bom. Ela é fácil de fazer, falsa em sua profundidade covarde e fake, tola em sua moral amoral. Posa de tudo aquilo que não é. É lixo.
Mas não se trata de uma censura. Ela existe e sempre existiu. O problema é que esse niilismo se confunde hoje com A Verdade. É como se toda arte tivesse a obrigação de ser sórdida para ser séria. Ou pior, propagar o mal para poder ser considerada inteligente.
Inteligência é alegria. Nunca tal qualidade foi considerada uma dor. Hoje é.
A grande mensagem do livro é essa. A vida é uma alegria. Viver é um sorriso.
Neste século, nada pode ser mais revolucionário que a alegria.