WHATS GOIN ON, MARVIN GAYE...NOBRE, MUITO NOBRE.

Uma sinfonia de dor e de ira sob controle, esta obra prima vem sendo considerada desde 1988 um dos cinco ou seis melhores discos de de todos os tempos. Why? Porquê ele é adulto, e nobre, de uma clareza e superioridade artística tão alta que apenas Astral Weeks e Low lá conseguiram estar.
Ouça este disco com as letras em mão, e o encare como sinfonia. As faixas devem ser sentidas como uma alma una. Rico em instrumentação, é surpreendente, rico, vasto e único.
Marvin, ídolo e rei desde 1962, arriscou tudo aqui. A Motown não queria o lançar. Marvin insistiu, foi sucesso pop e de arte. A critica percebeu que havia alta arte no soul. Foi o nocaute ao racismo. Marvin era maior que Dylan ou Lennon. Este disco foi admirado por Miles Davis.
Wholy Holy faz chorar. Em crise, Marvin pede ajuda à nós, mortais. Todas as faixas são superlativas, impossível tirar uma da obra, é um todo elevado, a epifania, dolorosa, se faz.
Atenção ao baixo de James Jamerson, segundo MacCartney e Jagger, é the best. Ele conduz com pulsação esta sinfonia de soul, jazz, ritmos latinos e dor. A voz de Marvin seduz, como sempre, mas tem algo mais, conhecimento. Este disco faz com que o rock pareça coisa de meninos.
Um marco, um graal para milhares de artistas, desde 1971.
Inquestionável. Grande.