O GRANDE HOTEL BUDAPESTE, WES ANDERSON

   Tem um livro lindo nas livrarias sobre Wes Anderson. Ele é hoje o diretor mais cool na América. Aquilo que os Coen foram em 2005 e Tarantino em 2010. Leio a lista de seus filmes favoritos e adoro. O number one é MADAME D... filme misteriosamente sensual de Max Ophuls. E ele lança um filme com Ralph Fiennes, F.Murray Abraham e Adrien Brody, atores que gosto. E esse filme se passa na Europa oriental, o mundo de Mahler, Rilke, Lubistch, Ophuls e Wilder. Já gostei do filme antes de ver. 
  E ele começa a pleno vapor. Fiennes dandy, um tipo de glamuroso conciérge de um hotel chic no mundo de Zweig e de Dietrich. O visual é fascinante, o humor fino, o ritmo festivo e os movimentos de câmera fluidos. A câmera valsa. E os cortes são feitos no momento exato. 
  Vejo o filme com gosto. Finalmente Wes Anderson fez seu filme perfeito! Mas...
  Ralph é preso, o roteiro se torna rocambolesco, e inesperadamente o interesse se vai. A valsa acelera, atravessa, perde o compasso. O filme se perde. Desaba. O cenário começa a enjoar e Wes se torna refém de sua inteligência. Ideias demais. Tempo esticado.
  Triste, pois é um bom filme, invulgar, classudo, mas que poderia ter sido uma obra-prima. 
  Tantos filmes feitos hoje têm esse mal. Um começo vibrante e então a derrapada. Começam a rodar e rodar e nosso interesse se dilui. 
  Wes Anderson ainda fará um filme perfeito. E eu queria muito que fosse este. Pena.