CUMBIA AND JAZZ FUSION- CHARLES MINGUS E A MINGUS DINASTY

   No meio de 1980 teve um festival de jazz em SP patrocinado pela prefeitura e pela TV Cultura. Vieram Woody Shaw, Chick Corea, Peter Tosh ( eu sei, peixe fora d`'agua ), Etta James e Al Jarreau. E a Mingus Dinasty.
 Essa banda existia para manter viva a música de Charles Mingus. O homem havia morrido em 79 e seu legado estava vivo, vibrante, batendo. Eu voltei de uma festa de família e botei a TV no festival. Era um grupo interessante. Batera e baixo ( Danny Richmond e Charlie Haden ), mais piano, trompete, e dois sax. Começaram a executar Cumbia e Jazz fusion, uma música de 30 minutos. E a coisa me pegou como raras vezes antes. 
  O ritmo. A síncope latina, preta da batida insuspeita. Ritmo vital. Sangue em ebulição. Jazz que vem da selva.
  O piano. Swinga. Me apaixono e fico intrigado. Toda paixão é uma intriga que nunca se desfaz.
  E entra a banda. Big jazz Duke Ellington tromba com a cumbia. 
  Um RAP no meio. Sim, um rap pré-rap. 
  E o fim. Um dos momentos chave: cada um deles cessa sua execução, um por vez, e sai do palco de fininho. Fica só Danny, o ritmo vital, a percussão pulsando, e fim.
  Caralho!!!!!!
  O disco foi ansiosamente procurado e o comprei um ano mais tarde. Foi minha primeira breve fase jazz. Cumbia e Miles. Reouço e revejo. Duca7 !