Todo músico americano, de rock, cedo ou tarde canta country music. E todo britânico cedo ou tarde experimenta sua música de raiz, o folk medievalista. Isso vale para qualquer época. Nos dias de hoje é muito fácil encontrar essa influência, que muitos chamam de celta, em inumeráveis bandas. E mesmo aquelas que evitam flautas e violões possuem esse espírito, o estilo campestre e cheio de névoas medievais que ecoa em alguns grupos eletrônicos e no modo heavy metal de ser.
Nos anos 70 quase todo o rock inglês perambulou pela forma celta. O glitter e os Stones evitaram esse estilo, mas de Led Zeppelin a Genesis, todos mergulharam em sons de bumbos, violinos e sagas sobre elfos e meninas ruivas. Muito lixo foi gravado. Muito lixo. Muito lixo é gravado ainda hoje, em 2014. E continuará sendo. Está na alma dos saxões europeus essa nostalgia Tolkiana. Esse sonho com Arthur e Guinevere. Não existe uma só banda ou cantor americano que tente esse caminho. ( Mas existem ingleses, vários, que tentam cantar como no Tennessee ).
A coisa começou, em 65, com a Incredible String Band, que tinha uma radicalidade anti-pop absoluta. Depois vieram o Fairport Convention, Caravan e Steeleye Span. Daí foi incorporado pelo grupo dos progressivos e dos hard rockers. E foi ficando cada vez mais diluído até sumir por uns cinco anos, durante o auge do punk que os detestava. Volta em 1982 e nunca mais desaparece. Há muito dele em Van Morrison, no Roxy Music e no U2. Os canadenses têm revitalizado esse som, assim como os suecos e belgas.
O Renaissance foi dos mais mal compreendidos. Para os progressivos ele era considerado muito pop e para o pop era muito complexo. Eu sempre o achei simplesmente bonito. Annie Haslam cantava como um anjo viking e a banda soava como um trio de câmara. Era intimista. Cristalino e muito inspirador. Seu apogeu foi em 1973, com Ashes are Burning. Depois rolou ladeira abaixo. Hoje é nota de rodapé. Mas tem admiradores fanáticos. Cult. Nada cool.
Ouvir este disco me traz lindas vibrações. E se lindas vibrações é um adjetivo que te irrita, bem, fique longe deste som. Ele é feito de paz e de harmonia. Pós-hippie, é a Inglaterra falida de 1973. Pubs onde se discutia astrologia, Tolkien, Jung e ecologia.
Eu gosto.
Nos anos 70 quase todo o rock inglês perambulou pela forma celta. O glitter e os Stones evitaram esse estilo, mas de Led Zeppelin a Genesis, todos mergulharam em sons de bumbos, violinos e sagas sobre elfos e meninas ruivas. Muito lixo foi gravado. Muito lixo. Muito lixo é gravado ainda hoje, em 2014. E continuará sendo. Está na alma dos saxões europeus essa nostalgia Tolkiana. Esse sonho com Arthur e Guinevere. Não existe uma só banda ou cantor americano que tente esse caminho. ( Mas existem ingleses, vários, que tentam cantar como no Tennessee ).
A coisa começou, em 65, com a Incredible String Band, que tinha uma radicalidade anti-pop absoluta. Depois vieram o Fairport Convention, Caravan e Steeleye Span. Daí foi incorporado pelo grupo dos progressivos e dos hard rockers. E foi ficando cada vez mais diluído até sumir por uns cinco anos, durante o auge do punk que os detestava. Volta em 1982 e nunca mais desaparece. Há muito dele em Van Morrison, no Roxy Music e no U2. Os canadenses têm revitalizado esse som, assim como os suecos e belgas.
O Renaissance foi dos mais mal compreendidos. Para os progressivos ele era considerado muito pop e para o pop era muito complexo. Eu sempre o achei simplesmente bonito. Annie Haslam cantava como um anjo viking e a banda soava como um trio de câmara. Era intimista. Cristalino e muito inspirador. Seu apogeu foi em 1973, com Ashes are Burning. Depois rolou ladeira abaixo. Hoje é nota de rodapé. Mas tem admiradores fanáticos. Cult. Nada cool.
Ouvir este disco me traz lindas vibrações. E se lindas vibrações é um adjetivo que te irrita, bem, fique longe deste som. Ele é feito de paz e de harmonia. Pós-hippie, é a Inglaterra falida de 1973. Pubs onde se discutia astrologia, Tolkien, Jung e ecologia.
Eu gosto.