Estou longe de ser um fã de Bruce Springsteen. Sou formado na escola do cinismo frio de Ferry, Bowie, Jagger e Ray Davies, e mesmo quando vou para meu lado mais terra, mais raiz, prefiro o controle reservado de The Band ou de JJ Cale. Coisa de refinamento. Mas...
Muitas vezes, por vermos poucos shows, não compreendemos o porque de tanto sucesso de um cara. Só o disco não explica ( assim como há aquele que só o disco explica, seus shows são fracos ). Bruce nasceu para o palco, isso eu sabia, mas não imaginava que ele ainda fosse tão bom.
Catarse sempre foi o maior segredo do rock. Se os Stones são agora uma pálida memória de algo que morreu, Bruce se mantém vivo. Seu show parece original, sem ensaio, direto, cheio de suor e de verdade. Porque?
Sua escola não é a de Dylan. Dylan é frio e distante, sempre foi. A escola de Bruce é negra, a dos menestréis negros do campo. Nisso ele está muito perto de Van Morrison. E de Bono. Bruce e Bono fazem a mesma coisa, um esforço absoluto para levar o show a catarse. Os dois me recordam pastores batistas. A multidão é conduzida ao êxtase. Eles se matam no palco. São sempre cem por cento esforçados. Trabalhadores. Fogem da aparência de artistas. São do povo.
Bruce não desiste. Pula, corre e nunca perde a voz. Ri muito e parece se divertir. Mas quando a canção o exige, fica sério e fecha os olhos. Bruce ao contrário de tantos, ainda leva a sério sua própria obra. Jagger canta Street Fighting Man com um bocejo. Rod canta Sailing como obrigação. Bruce canta Born in the USA como sempre, no limite.
Ele cantou Raul...E nunca Raul me pareceu tão bom. E encerrou só, ao violão. Foram duas horas e meia em que Bruce se atirou ao público, teve o microfone desligado, beijou, levou beijos e cantou todo o tempo.
Várias músicas de Bruce não são do meu agrado. Mas ao vivo todas parecem boas. Ou mais que isso. Fiquei de olhos molhados com Born to Run. A única comparação é com o Queen, outra banda que era sempre tudo ou nada.
Quem viu, viu. Quem não viu...
Muitas vezes, por vermos poucos shows, não compreendemos o porque de tanto sucesso de um cara. Só o disco não explica ( assim como há aquele que só o disco explica, seus shows são fracos ). Bruce nasceu para o palco, isso eu sabia, mas não imaginava que ele ainda fosse tão bom.
Catarse sempre foi o maior segredo do rock. Se os Stones são agora uma pálida memória de algo que morreu, Bruce se mantém vivo. Seu show parece original, sem ensaio, direto, cheio de suor e de verdade. Porque?
Sua escola não é a de Dylan. Dylan é frio e distante, sempre foi. A escola de Bruce é negra, a dos menestréis negros do campo. Nisso ele está muito perto de Van Morrison. E de Bono. Bruce e Bono fazem a mesma coisa, um esforço absoluto para levar o show a catarse. Os dois me recordam pastores batistas. A multidão é conduzida ao êxtase. Eles se matam no palco. São sempre cem por cento esforçados. Trabalhadores. Fogem da aparência de artistas. São do povo.
Bruce não desiste. Pula, corre e nunca perde a voz. Ri muito e parece se divertir. Mas quando a canção o exige, fica sério e fecha os olhos. Bruce ao contrário de tantos, ainda leva a sério sua própria obra. Jagger canta Street Fighting Man com um bocejo. Rod canta Sailing como obrigação. Bruce canta Born in the USA como sempre, no limite.
Ele cantou Raul...E nunca Raul me pareceu tão bom. E encerrou só, ao violão. Foram duas horas e meia em que Bruce se atirou ao público, teve o microfone desligado, beijou, levou beijos e cantou todo o tempo.
Várias músicas de Bruce não são do meu agrado. Mas ao vivo todas parecem boas. Ou mais que isso. Fiquei de olhos molhados com Born to Run. A única comparação é com o Queen, outra banda que era sempre tudo ou nada.
Quem viu, viu. Quem não viu...