MONKEY

   Mas será que nada toca neste século que me impressione?
   Com certeza eu não perco tempo ouvindo pseudo-novidades. Veja esse programa do Jools Holland. Sobre Al Green escrevi abaixo. Os aplausos e pulos de Damon Albarn são como os meus. E que mais?
   Teve Pendulum, que me impressionou por dois segundos. Depois percebi o gosto mofado de rock progressivo com toques de hard rock. Fleet Foxes faz música broxa. Os Beach Boys encontram o America. São tão fofos que flutuam. Tomara que se desvaneçam.
   Killers é bom. Pra quem tem 11 anos. Ou para trintões que nunca ouviram nada gravado entre 74/ 83. Ou quem escutou tudo isso e continua querendo ouvir aquilo que lembra, muito, o brit-pop oitentista.
   Mas então tem Damon e os Monkey, e isso é muito bom. Mais que isso, se hoje, em 2013, eu tivesse uma banda seria exatamente como essa. Damon não tem a voz de Bowie e nem sua genialidade. Mas como David, ele possui uma maravilhosa inquietação. Experimenta. É informado. Poderia passar a vida refazendo riffs tipo Kinks-T.Rex-Blur. Mas não. Ele mistura.
   E essa mistura é o que vale em nosso tempo.
   Sim, pois eu amo The Band ou Paul MacCartney, mas sei que não faz sentido nenhum fazer música como eles faziam. Porque o tempo é outro, o feeling é outro e sobretudo, eles já a fizeram. Ouço-os como poesia. Diálogo entre almas atemporais. Mas refazer The Big Pink? Pra que?
   O Roxy já propunha essa mistura. Como Kevin Ayers e como Eno.
   Damon sabe de tudo isso.
   Os Monkey são ótimos!