"O olhar procura reunir um mundo que foi destroçado pelas fúrias."
Assim começa o poema O SOL, O MURO, O MAR, talvez, o mais belo dos poemas escrito em português dos últimos 50 anos. Sophia, visitando a Grécia, descreve um muro, o branco da cal. Depois fala das sombras que o sol faz. O mar. E acaba por reconhecer o Sagrado presente naquele lugar. Como se dá esse reconhecimento? Sophia olha.
Nossa língua tem uma tradição de poesia íntima. Poesia para nós, ao contrário do que se pensa na Inglaterra, é confissão. O poeta em português expõe-se. Sophia nesse sentido NÂO se parece conosco. Ela olha para fora e nesse olhar encontra o sentido das coisas. Como fazem os ingleses e às vezes os alemães, ela procura no mundo. Não dentro de sua alma, mas sim a alma das coisas.
Eu disse ser O Sol o melhor dos poemas? Mas então o que falar de O MINOTAURO? Ela diz que "sem drogas e sem vinho" é possuída por Dyonisus. O tema é a iluminação. Em Creta ela tem uma epifania. Ulysses e todos os deuses de volta. A vida fazendo sentido. No mundo nada que é humano tem valor. Nada tocado pelo homem tem vida. A verdade está nas coisas. Sophia nos conta essa verdade. Na praia nessa ilha, ela vê. Sente os deuses do paganismo e percebe a beleza eterna da vida. A vida eterna na beleza.
"...a água que fala calou-se."
Esse é o final de O CREPÚSCULO DOS DEUSES, poema de terrificante beleza. Nele ela constata a impossibilidade da felicidade em nundo onde se foram os deuses. Sem eles, nada mais fala conosco. Sós, abandonados, vagamos sem para que. Os versos brilham como areia. Chegam a cegar. Ofuscam.
O que mais dizer de Sophia?
" Eu me busquei no vento e me encontrei no mar
E nunca
Um navio da costa se afastou
Sem me levar"
Assim começa o poema O SOL, O MURO, O MAR, talvez, o mais belo dos poemas escrito em português dos últimos 50 anos. Sophia, visitando a Grécia, descreve um muro, o branco da cal. Depois fala das sombras que o sol faz. O mar. E acaba por reconhecer o Sagrado presente naquele lugar. Como se dá esse reconhecimento? Sophia olha.
Nossa língua tem uma tradição de poesia íntima. Poesia para nós, ao contrário do que se pensa na Inglaterra, é confissão. O poeta em português expõe-se. Sophia nesse sentido NÂO se parece conosco. Ela olha para fora e nesse olhar encontra o sentido das coisas. Como fazem os ingleses e às vezes os alemães, ela procura no mundo. Não dentro de sua alma, mas sim a alma das coisas.
Eu disse ser O Sol o melhor dos poemas? Mas então o que falar de O MINOTAURO? Ela diz que "sem drogas e sem vinho" é possuída por Dyonisus. O tema é a iluminação. Em Creta ela tem uma epifania. Ulysses e todos os deuses de volta. A vida fazendo sentido. No mundo nada que é humano tem valor. Nada tocado pelo homem tem vida. A verdade está nas coisas. Sophia nos conta essa verdade. Na praia nessa ilha, ela vê. Sente os deuses do paganismo e percebe a beleza eterna da vida. A vida eterna na beleza.
"...a água que fala calou-se."
Esse é o final de O CREPÚSCULO DOS DEUSES, poema de terrificante beleza. Nele ela constata a impossibilidade da felicidade em nundo onde se foram os deuses. Sem eles, nada mais fala conosco. Sós, abandonados, vagamos sem para que. Os versos brilham como areia. Chegam a cegar. Ofuscam.
O que mais dizer de Sophia?
" Eu me busquei no vento e me encontrei no mar
E nunca
Um navio da costa se afastou
Sem me levar"