ARGO/ BURT REYNOLDS/ JOHN STURGES/ PIERCE BROSNAN

   ARGO de Ben Affleck
Um filme que é estéticamente como um episódio de série da TV. Miserávelmente pobre em termos visuais, tosco como desenvolvimento de personagens. Argo não é melhor que 24 Horas ou Os Sopranos. A TV está mais rica e o cinema ficou indigente. Desde 1997 ele tenta captar os tvmaníacos fazendo aquilo que eles  se acostumaram a ver. Não tem dado certo. Well...Esquecendo isso tudo, este é um filme legal. Exatamente isso, legal. O final tem um suspensizinho básico. Retrato de sua pobreza: Não lembro de mais nada no filme. Sou incapaz de descrever uma cena completa. A trilha sonora é desastrosa. Os hits da época entram sempre na hora errada. Affleck passa todo o filme com a mesma expressão. Alan Arkin e Goodman deveriam aparecer mais. A história é maravilhosa, mas não foi criada por ninguém do filme, então não é mérito dessa produção da Warner. Oscar de melhor filme. Sinal dos tempos, em 1972 ou em 64 não seria indicado. Voce, como eu, vai se divertir. Se desligar o senso de estética.  Nota 6.
   GOLPE BAIXO de Robert Aldrich com Burt Reynolds
Adam Sandler assassinou este filme em 2005. Esta é a versão original. Um jogador de futebol americano decadente vai preso após surrar uma mulher. Na prisão ele é "convencido" a formar um time de prisioneiros para enfrentar e servir de sparring ao time dos guardas. É um filme pop que se tornou cult nos EUA. Grande bilheteria em 1974, ele tem o espírito da época: Parece realista, crú. Aldrich adorava temas viris, machistas. Era um diretor brilhante para ação e para o clima de vestiário masculino. Burt começou a virar star aqui. Ele e Clint Eastwood seriam os top da década. O filme é bem divertido e o jogo final consegue ser engraçado e emocionante. Boa diversão. Nota 7.
   DUELO NA CIDADE FANTASMA de John Sturges com Robert Taylor e Richard Widmark
Que maravilha!!! Comprei alguns westerns que nunca vi !!! Este, muito bom, fala de um ex bandido, agora xerife, que é raptado por ex companheiro. É levado para guiar o bando até dinheiro roubado que foi escondido. Widmark é o bandido, claro. Seu rosto foi talhado para esse tipo de papel, parece sãdico. Tem prazer em fazer o mal. O filme se desenvolve nessa viagem rumo ao dinheiro. Robert Surtees fez a fotografia. As Montanhas Rochosas brilham em cenas de bela aventura. O final tem solução plausível e todo o filme voa sem jamais parecer estático. Sturges foi um mestre da ação. Entre 1955 e 1965 não errou uma só vez. Nota 7.
   SANGUE DE PISTOLEIRO de Phil Karlson com Van Heflin, Tab Hunter e James Darren
Vejam só...este é um western barato da Universal. Fala de um pai, dono de terras, e seus dois filhos. Um é vaidoso e racista, o outro é sensível e passivo. Ambos odeiam o pai, pai que é um tipo de super-macho alfa.   O roteiro se desenvolve nos conflitos entre os três. O final é trágico  e muito amargo, me emocionou.  Surpresa, é um grande filme! Após seus primeiros minutos, que são banais, a coisa vai num crescendo e atinge contornos operísticos. Voce se envolve completamente com essa familia quebrada, doente, sem saída. Karlson, que nunca deixou de ser um cineasta classe B, fez aqui um muito belo filme. Nota 8.
   MULHERES À VISTA de JB Tanko com Zé Trindade e Carlos Imperial
Adoro Zé Trindade, o malandro baiano que vive no Rio. Aqui ele quer montar um grupo de teatro de revista. Mas não tem dinheiro. Usa a lábia para se dar bem... Filme ingênuo e sou obrigado a dizer, funciona mal. O texto é fraco e Zé Trindade nada tem a fazer. Nota 3.
   TREZE CADEIRAS de F. Eichhorn com Oscarito, Renata Fronzi e Zé Trindade
Barbeiro herda 13 cadeiras sem saber que uma delas esconde fortuna. Oscarito foi o ator mais famoso do Brasil dos anos 50. Mas é estranho vê-lo hoje, parece triste! O filme não é ruim. Também não é grande coisa. Zé Trindade faz um tipo que me agrada: um pobre coitado dominado pela esposa. São dele os melhores momentos. Nota 4.
   AMOR É TUDO O QUE VOCE PRECISA de Susanne Bier com Pierce Brosnan e Trine Byrholm
Pierce, o melhor James Bond após Sean Connery, está de volta. E ainda transpira charme. Ele é um homem rico, viúvo, que trancou o coração e nada mais quer com namoro. Trine, excelente atriz dinamarquesa, sobrevive a quimioterapia e descobre o marido com uma amante jovem. Na Itália irá se realizar um casamento. A filha dela com o filho dele. É claro que eles vão se apaixonar. E surpreendentemente o filme funciona. Apesar de algumas cenas de uma tolice inexplicável, o interesse se mantém. O casal parece verdadeiro e torcemos pelos dois. Susanne tem aquele rigor luterano de tudo o que vem da Dinamarca, parece que ela se recusa a se soltar, a se deixar ir. Mas os atores vencem, a Itália vence e o filme agrada. Nota 6.