Escrevi ontem sobre os melhores da tv da Inglaterra e me perguntam sobre o programa de Tracey Ullman. Bem, ele ficou em décimo quarto. O Top of Pops também tá na lista.
Apesar de Seinfeld, Frazier, Mary Tyler Moore e Columbo, a coisa mais legal que já vi na tv americana é o Saturday Night Live. Entre 1975 e 1980 foi a coisa mais influente de lá. Tinha John Belushi, Bill Murray, Dan Akroyd, Chevy Chase, Steve Martin; todos jovens e no auge da ousadia e ainda trouxe shows de Patti Smith, Talking Heads, Bryan Ferry, Bowie, Elvis Costello, Blondie, The Cars, Bruce, isso só nessa fase e só os que eu vi.
Quando escrevi sobre o Brasil falei em novelas e Vila Sésamo. Esqueci que a novela mais importante foi Beto Rockfeller. E a Jovem Guarda. Mas penso que a vitória iria para o Festival da Record de 1967. Mesmo que voce deteste MPB, esse festival seria o mesmo que nos EUA, em 67, acontecer um programa de tv onde os desconhecidos Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Neil Young e Lou Reed disputassem um prêmio. Nada teve mais ressonância na história da tv do Brasil que um show onde se revelou Caetano, Gil, Mutantes, Tom Zé e Vandré. Não gosto de todos eles, mas caramba, foi um desses momentos que nunca vão se repetir.
Fato interessante: O que há hoje na tv ou na música pop "Que nunca vai se repetir"? Sopranos e Lost? Mas eles não são feitos já com a intenção da eterna repetição em dvd, blu-ray e o que vier? Walter Benjamim teria muito a dizer sobre um tipo de "arte" que é feita, pensada até, já tendo a ideia de reprodução infinita.
Falta-nos o "Quem viu, viu, quem não viu, Nunca Mais".
Sim, voce pode rever o Festival da Record ao infinito. Assim como Woodstock ou o doc de Ken Loach. Mas eles não foram pensados e produzidos com essa ideia. Foram feitos como um Evento Único. Uma coisa irrepetível. Alguém por acaso gravou e guardou as fitas, e mesmo em Woodstock voce não percebe nunca alguém dando show "para as câmeras". A coisa rola e fim. Acabou-se.
O mesmo vale para o cinema antes do vhs.
Pensar um show ou um programa como coisa que será revista eternamente, ou pior, coisa que virá cheia de bônus e bastidores, faz com que tudo de arriscado se perca. Voce não vai querer preservar um erro. Então, nada de riscos.
Peter Falk jamais imaginou que Columbo fosse visto em 2012.
Apesar de Seinfeld, Frazier, Mary Tyler Moore e Columbo, a coisa mais legal que já vi na tv americana é o Saturday Night Live. Entre 1975 e 1980 foi a coisa mais influente de lá. Tinha John Belushi, Bill Murray, Dan Akroyd, Chevy Chase, Steve Martin; todos jovens e no auge da ousadia e ainda trouxe shows de Patti Smith, Talking Heads, Bryan Ferry, Bowie, Elvis Costello, Blondie, The Cars, Bruce, isso só nessa fase e só os que eu vi.
Quando escrevi sobre o Brasil falei em novelas e Vila Sésamo. Esqueci que a novela mais importante foi Beto Rockfeller. E a Jovem Guarda. Mas penso que a vitória iria para o Festival da Record de 1967. Mesmo que voce deteste MPB, esse festival seria o mesmo que nos EUA, em 67, acontecer um programa de tv onde os desconhecidos Jimi Hendrix, Led Zeppelin, Neil Young e Lou Reed disputassem um prêmio. Nada teve mais ressonância na história da tv do Brasil que um show onde se revelou Caetano, Gil, Mutantes, Tom Zé e Vandré. Não gosto de todos eles, mas caramba, foi um desses momentos que nunca vão se repetir.
Fato interessante: O que há hoje na tv ou na música pop "Que nunca vai se repetir"? Sopranos e Lost? Mas eles não são feitos já com a intenção da eterna repetição em dvd, blu-ray e o que vier? Walter Benjamim teria muito a dizer sobre um tipo de "arte" que é feita, pensada até, já tendo a ideia de reprodução infinita.
Falta-nos o "Quem viu, viu, quem não viu, Nunca Mais".
Sim, voce pode rever o Festival da Record ao infinito. Assim como Woodstock ou o doc de Ken Loach. Mas eles não foram pensados e produzidos com essa ideia. Foram feitos como um Evento Único. Uma coisa irrepetível. Alguém por acaso gravou e guardou as fitas, e mesmo em Woodstock voce não percebe nunca alguém dando show "para as câmeras". A coisa rola e fim. Acabou-se.
O mesmo vale para o cinema antes do vhs.
Pensar um show ou um programa como coisa que será revista eternamente, ou pior, coisa que virá cheia de bônus e bastidores, faz com que tudo de arriscado se perca. Voce não vai querer preservar um erro. Então, nada de riscos.
Peter Falk jamais imaginou que Columbo fosse visto em 2012.