A nova classe média brasileira é uma mentira. Como diz Tales Ab'Sáber, são pobres que vivem em pobreza absoluta. Não têm acesso a educação e a saúde. Vivem na sujeira, na violência e em mundo de trabalho árduo. O que essa nova classe faz é consumir. Se antes o pobre não existia para a TV e os marketeiros, hoje são alvo. Consomem pobreza, compram produtos classe C. Continuam na miséria, mas vivem na ilusão de poder consumir. Comprar lixo. Isso faz parte da grande pacificação do Brasil ( e do mundo? ). Voce continua na merda, mas não reclame, afinal voce pode jogar, comprar e ter acesso a uma praça de alimentação.
O caráter da pobreza foi apagado. O pobre antes tinha sua cultura da miséria. Sofria muito, tinha necessidades que não eram atendidas, mas era deixado livre para não consumir, não desejar o que nunca poderia ter, criar seus desafogos. Agora ele é acossado por apelos, cobranças e sonha com o que jamais terá. Cai na ilusão de um plano de saúde que é mentira, uma faculdade que nada vale, e aparelhos bonitinhos que são obsoletos já no ato da compra.
Isso se reflete na arte. Para poder filmar, gravar ou escrever, é preciso entrar nesse jogo. Empobrecer a obra para poder ser mais um da nova classe média. Não mirar a elite ( que mentalmente também se faz classe média C ), e jamais pensar na pobreza real ( a nova classe C nega sua miséria ). Fica então uma arte pobrezinha com brilharecos de pseudo-requinte. Uma sub Hollywood. Ou uma MPB classe C, pobreza disfarçada de ouro falso. Era muito melhor o pobre assumido, o samba crú do morro, o caipira tosco, o cinema popular vulgar, o cinema de arte marginal. Melhor por ser real.
Peter Singer é um dos mais importantes pensadores de agora. Sua filosofia é a do Utilitarismo. Sua ideia é simples: tudo o que fazemos deve beneficiar o máximo de seres vivos. O que prejudica deve ser descartado. Tudo o que pode ser feito sem sofrimento deve ser feito sem sofrimento. Simples, óbvio e pouco usado. A coisa deve ser absoluta. Singer não tolera o sofrimento animal. A dor que damos ( sem motivo ) aos outros seres vivos traz consequencias a nós mesmos. Cada ato de violência contra um animal aumenta a presença de atos violentos no mundo. Nos acostumamos a crueldade e a ignoramos. Fingimos cegueira. Mas sabemoso o que é feito para que possamos comer um bife. A transformação da vida em máquina. É o mesmo processo que permitimos ser executado em nossa vida. Se o boi pode ser confinado e tratado como máquina de proteína, então aceitamos também sermos confinados e tratados como máquina que deseja e nunca obtém.
Seguindo em meus pensamentos.... Ortega y Gasset: " A multidão se tornou protagonista. Não existem mais solistas ou personagens principais. Só o coro restou."
Todas a crenças são rigorosamente falsas, incluindo-se a crença na descrença.
Todas as crenças são verdadeiras. Incluindo a crença na descrença.
Todo sistema totalizador ou autotélico é um sistema metafísico, por mais que se queira secular e posterior a morte de Deus.
Os inventores de origens, no fundo, sempre acabam acreditando nas mentiras que um dia contaram para si.
Michael Foley é o cara. Ou não. O que ele fala:
A venda de laranjas diminui muito no mundo como um todo. Ninguém mais quer se dar ao trabalho de as descascar. No futuro alguém irá morrer de fome com uma laranja na mão. Não saberá o que ela é.
Isso é a extrema infantilidade de nosso tempo. Como bebês, esperamos que a mamãe nos dê o suco pronto.
O mundo atual nega a responsabilidade individual. Tudo o que fazemos pode ser creditado a genética, a evolução ou a neurologia. Nos fazemos escravos de um tipo de determinismo que em nada difere do pior das tiranias. Voce é o que é e nunca é responsável por seus atos. Não escolhe.
Dito tudo isto, vou agora descascar minha laranja.
O caráter da pobreza foi apagado. O pobre antes tinha sua cultura da miséria. Sofria muito, tinha necessidades que não eram atendidas, mas era deixado livre para não consumir, não desejar o que nunca poderia ter, criar seus desafogos. Agora ele é acossado por apelos, cobranças e sonha com o que jamais terá. Cai na ilusão de um plano de saúde que é mentira, uma faculdade que nada vale, e aparelhos bonitinhos que são obsoletos já no ato da compra.
Isso se reflete na arte. Para poder filmar, gravar ou escrever, é preciso entrar nesse jogo. Empobrecer a obra para poder ser mais um da nova classe média. Não mirar a elite ( que mentalmente também se faz classe média C ), e jamais pensar na pobreza real ( a nova classe C nega sua miséria ). Fica então uma arte pobrezinha com brilharecos de pseudo-requinte. Uma sub Hollywood. Ou uma MPB classe C, pobreza disfarçada de ouro falso. Era muito melhor o pobre assumido, o samba crú do morro, o caipira tosco, o cinema popular vulgar, o cinema de arte marginal. Melhor por ser real.
Peter Singer é um dos mais importantes pensadores de agora. Sua filosofia é a do Utilitarismo. Sua ideia é simples: tudo o que fazemos deve beneficiar o máximo de seres vivos. O que prejudica deve ser descartado. Tudo o que pode ser feito sem sofrimento deve ser feito sem sofrimento. Simples, óbvio e pouco usado. A coisa deve ser absoluta. Singer não tolera o sofrimento animal. A dor que damos ( sem motivo ) aos outros seres vivos traz consequencias a nós mesmos. Cada ato de violência contra um animal aumenta a presença de atos violentos no mundo. Nos acostumamos a crueldade e a ignoramos. Fingimos cegueira. Mas sabemoso o que é feito para que possamos comer um bife. A transformação da vida em máquina. É o mesmo processo que permitimos ser executado em nossa vida. Se o boi pode ser confinado e tratado como máquina de proteína, então aceitamos também sermos confinados e tratados como máquina que deseja e nunca obtém.
Seguindo em meus pensamentos.... Ortega y Gasset: " A multidão se tornou protagonista. Não existem mais solistas ou personagens principais. Só o coro restou."
Todas a crenças são rigorosamente falsas, incluindo-se a crença na descrença.
Todas as crenças são verdadeiras. Incluindo a crença na descrença.
Todo sistema totalizador ou autotélico é um sistema metafísico, por mais que se queira secular e posterior a morte de Deus.
Os inventores de origens, no fundo, sempre acabam acreditando nas mentiras que um dia contaram para si.
Michael Foley é o cara. Ou não. O que ele fala:
A venda de laranjas diminui muito no mundo como um todo. Ninguém mais quer se dar ao trabalho de as descascar. No futuro alguém irá morrer de fome com uma laranja na mão. Não saberá o que ela é.
Isso é a extrema infantilidade de nosso tempo. Como bebês, esperamos que a mamãe nos dê o suco pronto.
O mundo atual nega a responsabilidade individual. Tudo o que fazemos pode ser creditado a genética, a evolução ou a neurologia. Nos fazemos escravos de um tipo de determinismo que em nada difere do pior das tiranias. Voce é o que é e nunca é responsável por seus atos. Não escolhe.
Dito tudo isto, vou agora descascar minha laranja.