FRIEDRICH WILHELM JOSEPH VON SCHELLING

   Filósofo do romantismo, Schelling viveu entre 1775 e 1854. Contemporâneo de Beethoven, Goethe, Schiller, Haydn, Kant, Hegel, Wagner, Novalis e Holderlin....para citar só a cultura de lingua alemã. Poderia ainda falar em Schubert, Mozart, Schopenhauer... toda essa multidão de deuses vivendo e produzindo durante a vida de Schelling. O ímpeto criador fertilizando as mentes e principalmente os corações. Porque?
  Falo agora do pensamento de Schelling e arrisco a hipótese de que seu pensamento espelha a corrente sensível que pairava na alma alemã de então. Vejamos...
   A natureza e a conciência são uma só unidade infinita.
   Essa unidade, identidade de contrários, é o absoluto. Natureza e consciência, objetivo e subjetivo não são um a origem do outro, ambos procedem do absoluto.
   A reunificação da natureza e da consciência é a tarefa da obra de arte, e só ela consegue apagar a aparente oposição das coisas, unindo-as numa suprema identidade, no absoluto.
   A inteligência teórica contempla o mundo;
   A inteligência prática o ordena;
   A estética o cria;
   A mais perfeita intelecção da verdade é a que brota da criação artística.

   Essa a filosofia que permeia todo o pensamento alemão de então. O artista, cheio de confiança e ambição, sente em si a missão de criar o mundo. Vê-se como centro e como nobre. Schelling formula a perfeição sua filosofia. Não importa se hoje ela é válida ou não, o que interessa é que ela serviu a um propósito e espelhou um apogeu cultural.
   A partir daí só recuamos.