É uma batida só. Que se repete e se repete e não muda e não sai. Não se transforma. Bumbo e um toque de violão. A voz. A voz é como um lamento ou uma prece. A voz é uma voz que sabe-se presa do desejo. Porque o desejo prende. E é um não.
Ele fala da presença. Pois o desejo faz da pessoa que se deseja uma presença que a tudo mata. Pois ela está em todo lugar e todo lugar deixa de ser todo lugar. Tudo vira uma única coisa: o desejo.
E a batida cresce e o desejo cresce.
Mas é arte, então o desespero é prece e a canção é quase uma espécie de reza. O desejo absoluto sempre chega a ser religião. E faz dessa negação de si uma confirmação de ser. Contradição.
Uns violinos zumbem. Negra e morena.
Quanto desejo pode um homem sentir?
Uma canção linda mais que bela linda e bela, desejo.
Mas quero falar de mais....
Depois tem Jorge da Capadócia. Que é uma prece de Jorge Ben e que pede proteção.
E tem surpresas: Eleanor Rigby em ritmo de samba.
For No One em ritmo de bossa-nova.
E Lady Madonna como MPB.
Não é homenagem aos Beatles. É pra Paul e pra Tom Jobim. Mostra que a Bossa cabe em tudo. E mais: as 3 ficaram muito, muito boas. For No One chega a ser genial.
Um PS: Minha mãe me disse para minha imensa surpresa que ela adora Seu Jorge. E eu nem sabia que ela sabia quem é o cara! Ela pede uns cds dele. Seu Jorge, devo admitir, sacou a coisa certa. Tudo aquilo que tenho escutado de mpb Seu Jorge misturou. Quem escutar a versão Caetano de Lady Madonna vai entender.
PS 2: Qualquer Coisa foi a primeira canção de MPB que gostei. Tem aquele tipo de rica orquestração que só aqui se fazia. Ela decola e voa. Eu tinha 11 anos. Mas só comprei o disco e fui o entender aos 18.
Sem PS agora: O cara canta muito! Este disco é quase só voz e violão.
É pra ouvir no escuro. E assobiar. Entre 1972 e 1982 Caetano foi infalível.
Tá dito.
Ele fala da presença. Pois o desejo faz da pessoa que se deseja uma presença que a tudo mata. Pois ela está em todo lugar e todo lugar deixa de ser todo lugar. Tudo vira uma única coisa: o desejo.
E a batida cresce e o desejo cresce.
Mas é arte, então o desespero é prece e a canção é quase uma espécie de reza. O desejo absoluto sempre chega a ser religião. E faz dessa negação de si uma confirmação de ser. Contradição.
Uns violinos zumbem. Negra e morena.
Quanto desejo pode um homem sentir?
Uma canção linda mais que bela linda e bela, desejo.
Mas quero falar de mais....
Depois tem Jorge da Capadócia. Que é uma prece de Jorge Ben e que pede proteção.
E tem surpresas: Eleanor Rigby em ritmo de samba.
For No One em ritmo de bossa-nova.
E Lady Madonna como MPB.
Não é homenagem aos Beatles. É pra Paul e pra Tom Jobim. Mostra que a Bossa cabe em tudo. E mais: as 3 ficaram muito, muito boas. For No One chega a ser genial.
Um PS: Minha mãe me disse para minha imensa surpresa que ela adora Seu Jorge. E eu nem sabia que ela sabia quem é o cara! Ela pede uns cds dele. Seu Jorge, devo admitir, sacou a coisa certa. Tudo aquilo que tenho escutado de mpb Seu Jorge misturou. Quem escutar a versão Caetano de Lady Madonna vai entender.
PS 2: Qualquer Coisa foi a primeira canção de MPB que gostei. Tem aquele tipo de rica orquestração que só aqui se fazia. Ela decola e voa. Eu tinha 11 anos. Mas só comprei o disco e fui o entender aos 18.
Sem PS agora: O cara canta muito! Este disco é quase só voz e violão.
É pra ouvir no escuro. E assobiar. Entre 1972 e 1982 Caetano foi infalível.
Tá dito.