O filme é assim:
Em cores fortes, verdes, amarelos e azuis berrantes, assistimos a um papo furado entre três garotas "interessantes". Cigarros ( se fuma muito no filme ) e de repente música, Fox On The Run, do Sweet. Tiroteio, sangue e detalhes de perfurações de bala. A história tem vários flash-backs, e uma balconista grita e inicia mais um tiroteio. O filme tem também várias cenas de carros ( todos dos anos 70 ) e a exibição de enormes armas platinadas. David Bowie com Queen Bitch, um clipe de ação dentro do filme, ao som dessa obra-prima do rock glitter. Voce sente em todo o filme um clima de anos 70. De vez em quando a imagem parece se estragar, o filme tem efeitos digitais que o fazem parecer feito de película gasta, estourada. Estranhamente, apesar do filme ser de 2011 e se passar em 2011, nos carros só se usa toca-fitas k7 e nos bares só tem juke-box. Já lá pro final, tem uma cena com armas que apontam para armas e onde ninguém sabe quando ou em quem atirar. Sacou?
O filme é uma cola, uma homenagem ou um roubo ( depende de seu ponto de vista ), de tudo o que Tarantino fez. Só que sem seu humor, sem sua leveza, sem seu porquê. Por ser fã de Tarantino, eu me diverti, mas se voce não for fã, esqueça. Escrevo isto pra falar de uma coisa diferente. ( Mas vamos admitir, PULP FICTION é o filme mais importante dos últimos vinte anos. Mais importante, não o melhor. )
O cinema da América tem hoje três vertentes, três turmas dominantes.
Tem a turma nerd, cujo representante maior é agora Peter Jackson. Filmes de efeitos, dirigidos a bilheteria e com tons de papo científico sério. Seus antecedentes são Spielberg e Cameron. Usam óculos e barba. Sempre conectados.
A turma sensível bonzinho. Esses adoram filmes baratos, de cores pastéis, geralmente sobre adolescentes tristes ou drogados suicidas. Gus Van Sant é seu guru, mas tem toneladas de gente nessa turma. Costumam ganhar festivais. Vestem camisetas gracinhas e tênis de lona.
E a turma deste filme. Fumam, bebem e adoram se considerar "on the road". Têm um caso sério com a época do rock de garagem. Tarantino é seu deus e amam cinema lixo, filmes de terror barato, porradaria, kung-fu. Usam camisas havaianas e óculos escuros.
Salvo maravilhosas excessões, o grosso do cinema de agora é filho legítimo ou bastardo dessas correntes. Espero que um dia surja alguém com o talento para unir as três. A comunicação fácil do cinema de JJ Abrams, o coração de Sofia Coppolla e a virilidade adolescente de Robert Rodriguez.
Catch.44 não é esse filme. Mas para alguém que como eu,achou Machete do cacete, dá pra tirar uma fácil.
Em cores fortes, verdes, amarelos e azuis berrantes, assistimos a um papo furado entre três garotas "interessantes". Cigarros ( se fuma muito no filme ) e de repente música, Fox On The Run, do Sweet. Tiroteio, sangue e detalhes de perfurações de bala. A história tem vários flash-backs, e uma balconista grita e inicia mais um tiroteio. O filme tem também várias cenas de carros ( todos dos anos 70 ) e a exibição de enormes armas platinadas. David Bowie com Queen Bitch, um clipe de ação dentro do filme, ao som dessa obra-prima do rock glitter. Voce sente em todo o filme um clima de anos 70. De vez em quando a imagem parece se estragar, o filme tem efeitos digitais que o fazem parecer feito de película gasta, estourada. Estranhamente, apesar do filme ser de 2011 e se passar em 2011, nos carros só se usa toca-fitas k7 e nos bares só tem juke-box. Já lá pro final, tem uma cena com armas que apontam para armas e onde ninguém sabe quando ou em quem atirar. Sacou?
O filme é uma cola, uma homenagem ou um roubo ( depende de seu ponto de vista ), de tudo o que Tarantino fez. Só que sem seu humor, sem sua leveza, sem seu porquê. Por ser fã de Tarantino, eu me diverti, mas se voce não for fã, esqueça. Escrevo isto pra falar de uma coisa diferente. ( Mas vamos admitir, PULP FICTION é o filme mais importante dos últimos vinte anos. Mais importante, não o melhor. )
O cinema da América tem hoje três vertentes, três turmas dominantes.
Tem a turma nerd, cujo representante maior é agora Peter Jackson. Filmes de efeitos, dirigidos a bilheteria e com tons de papo científico sério. Seus antecedentes são Spielberg e Cameron. Usam óculos e barba. Sempre conectados.
A turma sensível bonzinho. Esses adoram filmes baratos, de cores pastéis, geralmente sobre adolescentes tristes ou drogados suicidas. Gus Van Sant é seu guru, mas tem toneladas de gente nessa turma. Costumam ganhar festivais. Vestem camisetas gracinhas e tênis de lona.
E a turma deste filme. Fumam, bebem e adoram se considerar "on the road". Têm um caso sério com a época do rock de garagem. Tarantino é seu deus e amam cinema lixo, filmes de terror barato, porradaria, kung-fu. Usam camisas havaianas e óculos escuros.
Salvo maravilhosas excessões, o grosso do cinema de agora é filho legítimo ou bastardo dessas correntes. Espero que um dia surja alguém com o talento para unir as três. A comunicação fácil do cinema de JJ Abrams, o coração de Sofia Coppolla e a virilidade adolescente de Robert Rodriguez.
Catch.44 não é esse filme. Mas para alguém que como eu,achou Machete do cacete, dá pra tirar uma fácil.